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CONVERSA DE BOTEQUIM
Pé sujo, botequim, birosca, boteco. A “tasca” carioca é conhecida por mil nomes, entre eles os do dono ou de um garçom. “Bar do Manel” ou da tia Maria, monumentos da cidade maravilhosa... Ir ao ‘Jobi’ tornou-se quase tão importante para um grupo de turistas alemães, por exemplo, quanto conhecer o Cristo Redentor Os garçons são lendas vivas da cidade-síntese do Brasil. O famoso Paiva, do “Jobi”, no bairro do Leblon (Zona Sul), serviu o drinque a mais que fez a ex-Miss Brasil e atriz Vera Fischer bradar ao amanhecer: “Garçom! A conta e um salva-vidas!” Passarinho - ou “Pas-sa-rô!”, como é chamado pelos mais íntimos - é o nome do garçom que serve a aguinha de coco que Chico Buarque toma no bar “Jóia”, no Jardim Botânico, um dos exemplos mais radicais de pé sujo carioca - e um dos mais “cult” -, após o cooper vespertino na Lagoa Rodrigo de Freitas. Vestem jalecos sujos, mas estão no segredo dos deuses, sendo às vezes verdadeiros oráculos e importante fonte de informação sobre a vida íntima das celebridades. |
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Porquê pé sujo? Simplesmente porque, na maioria dos casos, são imundos mesmo e, neles, pelo menos uma regra de civismo tem de ser esquecida: de papel a cigarro (no tempo em que podia fumar), tudo é jogado ao chão, que de tempos em tempos é varrido por um empregado que, no final do expediente, como num ritual de purificação, lança água de balde sobre os pés dos retardatários, sem o mínimo respeito até mesmo pelos mais “habitués” do local, só avisando em cima do ato: “Olha a água!” |
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Os botequins cariocas são casas portuguesas, com certeza. Com as padarias e grande parte dos açougues (talhos), são um espelho mais ou menos reluzente - a maioria, muito tosca, mas sempre vibrante - da capacidade empreendedora de pequenas famílias portuguesas, sobretudo minhotas e beirãs, cuja presença é mais marcante no Rio do que em qualquer outro ponto do Brasil. |
Michelangelo Caravaggio da Merisi Vocação de Mateus |
Sua história está em livros e canções, impregnada de lusitanidade, desde o berço, no morro da Cara do Cão, no sopé do Pão de Açúcar, onde Estácio de Sá fundou a cidade e pouco depois mandava destruir todas as garrafas de vinho, determinando assim o fecho das primeiras bodegas brasileiras de que se tem conhecimento. Outro português de fama, o governador da antiga Província do Rio de Janeiro, Luiz Vahia Monteiro - a cujo apelido, o Onça, se deve a expressão bem brasileira (e de conversa de botequim) “nos tempos do Onça” - ficou na história dos botecos cariocas graças a uma atitude bem mais estranha: decretou, em 1730, que todas as bodegas da cidade tivessem um oratório com velas. Hoje, os oratórios iluminados ainda exibem imagens de Nossa Senhora de Fátima, de São Jorge ou São Miguel. |
detalhe da capa do LP Galos de Briga de João Bosco |
Os botequins parecem eternos, como é imortal a música popular que produzem em profusão, sendo um dos seus maiores viveiros berçários. A qualquer instante, mas sobretudo nos fins de semana, grupos de sambistas juntam-se em volta das mesas, entre garrafas de cerveja - “e se houver motivo”, é mais um samba que nasce, como cantou Zé Ketti em “Diz que fui por aí”. |
contracapa do disco do tênis de Lô Borges 1972 |
“Conversa de botequim”, um famoso samba de Noel Rosa, faz num monólogo o retrato falado do relacionamento do frequentador de um bar com o "seu garçom” nos anos 30: Seu garçom faça o favor de me trazer depressa Feche a porta da direita com muito cuidado Se você ficar limpando a mesa Não se esqueça de me dar palitos Seu garçom faça o favor de me trazer depressa Feche a porta da direita com muito cuidado Telefone ao menos uma vez Seu garçom me empresta algum dinheiro Seu garçom faça o favor de me trazer depressa Feche a porta da direita com muito cuidado |
Moreira da Silva, rei da conversa de botequim |
Mais de 40 anos depois, a dupla de compositores Maurício Tapajós-Hermínio Bello de Carvalho fez um samba saudoso do “tempo bom” em que os botecos tinham - segundo os autores - mais alegria, registrando uma “mudança de conversa” no “tempo” dos botequins cariocas: Mudando de conversa |
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Não há, na poesia brasileira, uma obra dedicada aos melhores bares tombados pela especulação imobiliária como o que Carlos Drummond de Andrade criou para o finado Hotel Avenida. Mas trechos da carreira de colegas ilustres como Manuel Bandeira e Vinícius de Moraes estão intimamente ligados ao “escondidinho” - outra designação dos bares, normalmente muito escuros - “Vilarino”, próximo ao antigo Ministério da Saúde, Educação e Cultura, no centro da cidade. Nos anos 40 e 50, a “nata” dos escritores ali se reunia para beber, “beliscar” um petisco e conversar. O Vilarino é um dos mais históricos na música popular: ali Lúcio Rangel apresentou Vinícius de Moraes a Tom Jobim. |
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Bom de copo, como de música e poesia – e bota bom nisso tudo -, Vinícius de Moraes inscreveria na história outro reduto da boemia dos “anos dourados” (anos 1950, início dos 960), o bar “Veloso”, na esquina da antiga rua Montenegro, em Ipanema. Um dia, naquele bar, compôs com Tom Jobim uma elegia à “Garota de Ipanema” Helô Pinheiro. Hoje, o “Veloso” tem o nome da canção famosa em todo o mundo e a rua leva o nome de Vinícius de Moraes. | Tom Jobim no bar do Cobal do Leblon no início dos anos 1990 foto: jornal O Globo, Rio de Janeiro |
“Quem sabe eu te encontro de noite no Baixo” Leblon: os bares não são personagens, mas dão vida a poemas e canções como a de Vinícius Cantuária também em elegia aos bares do Baixo nos anos 1870 e tantos/1980, já modernidade de um Rio de Diagonal Grill e Pizzaria Guanabara. |
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Quando o Rio era a capital do Brasil, o “Amarelinho” e o “Vermelhinho” da Cinelândia eram pontos de encontro obrigatórios de jornalistas, artistas, políticos e intelectuais. Localizavam-se estrategicamente próximo ao Teatro Municipal, na alameda onde se encontravam os melhores cinemas e entre as redações dos principais jornais da cidade, o Senado Federal e a Câmara de Deputados. Como que a copiar o guião da evolução do xadrês geopolítico internacional nos anos 90, há poucos anos o “Amarelinho” “engoliu” o “Vermelhinho”, um antigo reduto do “partidão”, o Partido Comunista Brasileiro (PCB). Brasília, a atual capital do país, não tem esquinas, nem botecos. |
Cinelândia em Notorious, de Alfred Hitchcock, 1946 |
O primeiro botequim do Rio de Janeiro de que se tem notícia foi registrado em 1844 sob a pomposa designação de “À fama do café com leite”, mas ficou na história com o nome bem mais simplório de Café do Braguinha. A cerveja ainda não chegara ao Brasil, onde, apesar do calor, se bebia sobretudo vinho. Era a época das tabernas. Os alemães Von Leithold e Von Rango registraram no livro “O Rio de Janeiro visto por dois prussianos em 1819” uma polêmica em curso na época sobre a diferença entre café e botequim. “Confundia-se muitas vezes café com botequim”, anotam, acrescentando ser “provável que os termos se tenham transformado em sinônimos, porque nos botequins também se servia café”. Tudo foi misturado, a sul do Equador. Mas o café de saco dos botecos do Rio de Janeiro, no país que cultiva a planta que dá a bebida mais aromática, na virada do século XX para o XXI é um dos piores do mundo. No copo ou na xícara? - pergunta-se nalguns deles, num português abrasileirado. Mas em quase todos o café é servido no copo mesmo. |
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Os protagonistas do último grande fluxo emigratório português para o Brasil, nos anos 40 e 50, eram chamados de “galegos”. Dá-se à expressão - que caiu em desuso - um sentido pejorativo que possivelmente não tem, derivando de que muitos portugueses do Rio são oriundos das Beiras e da raia minhota e têm sotaque muito parecido com o dos imigrantes espanhóis, oriundos sobretudo da Galiza, e com os quais se confundem até hoje. De qualquer modo, tempos houve em que o botequim também era conhecido pelo nome de “bar do galego”. | |
Nada mais português de fato - caso se queira, galaico-português - e mais carioca que o botequim, nas suas incontáveis variações, que vão do café e do armazém de comestíveis, como o “Villarino”, ao mais típico botequim português, a “tendinha” - onde se serve todo o tipo de bebida, da ginjinha “com elas” portuguesa à cachaça (aguardente de cana), menos vinho e cerveja -, ao “bar e restaurante” e ao pé sujo propriamente dito. Os pés sujos oferecem também vinho em copo e em garrafa (nacional e importado) e licores, mas 99% do seu comércio tem a ver com comida e cerveja. Alguns, servem chope (imperial); outros, cerveja em garrafa - a “cerva”. Muita cerva. Os sete milhões de cariocas consomem quase um bilhão (bilião ou mil milhões) de litros de cerveja ao ano - uma média impressionante de mais de 140 litros por pessoa, o dobro do consumo brasileiro. |
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A comida dos botecos preenche um capítulo à parte na cena das casas de pasto brasileiras. Antes, assentava exclusivamente em “instituições” portuguesas, como o “bolinho” (pastel) de bacalhau e o caldo verde. Entre o Minho ou as Beiras e o Rio, o pastel não sofreu alterações: salvo honrosas exceções, tem mais batata que fiapos do "fiel amigo”, como é comum nas “tascas” e pastelarias portuguesas. O caldo verde sofre de deficiências básicas: falta de couve portuguesa e de chouriço, substituídos no Rio por couve mineira e linguiça. Aos acepipes portugueses - além dos já citados, risoles (rissóis), empadas, sopa de legumes e até sardinhas assadas na brasa com pimentos -, juntaram-se pratos da cozinha tradicional brasileira (de origem portuguesa), como o cozido das quintas-feiras e a feijoada dos sábados. Os pés sujos são há muito uma versão bem típica dos “fast food” sem sanduíche, mas com pratos “comerciais” à base de feijão com arroz, filetes de peixe, ensopado de galinha ou bife e salada. Todo o boteco que se preze também serve caldinho de feijão. Em muitos pés sujos, o bacalhau pendurado no teto serve apenas de decoração. |
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Rancho da Goiabada cardápio de João Bosco-Aldir Blanc: Os boias-frias |
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O ambiente dos botecos no Rio de Janeiro tresanda a samba batucado e chacoalhado de subdivisões rítmicas no tampo e no pé da mesa, na caixinha de fósforos, da chave de casa no casco da garrafa, no fecho da bolsa da dama ao lado que não raro é ela mesma o tema do samba que se faz improvisando quantas vezes sem acompanhamento ou acompanhado do sacramental violão e do sacramental cavaquinho, também de origem galega. |
Heitor dos Prazeres Samba |
Alguns botecos atraem clientela pela qualidade do seu chope e dos seus petiscos, como o “Bracarense”, no Leblon, cuja fama espalhou-se pela cidade nos últimos 20 anos do século XX. | |
Muitas “cabeças pensantes” cariocas frequentam regularmente o bar mais próximo de casa. Quase todo mundo os frequenta pelo menos de vez em quando. Como os cafés portugueses, seus primos pobres e muito distantes, os botequins de esquina - por isso também vulgarmente chamados por esse nome - são pontos de encontro obrigatório da vizinhança. | |
Aldir Blanc, que imortalizou um tempo de botecos (também com o bar mais perto depressa lotou, malandro junto com trabalhador – De frente pro crime), e que imortalizou num samba o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho - o “irmão do Henfil” -, antes de este tornar-se famoso pelas suas campanhas pelos direitos civis, frequentou o bar da tia Maria, no bairro da Tijuca (Zona Norte), cuja verdadeira designação comercial é Café e Bar Brotinho. O bar da tia Maria é gerido pela beiroa (natural da Beira portuguesa) Maria do Rosário Cardoso dos Santos, de 77 anos, que só serve almondegas, pastéis de massa tenra ou vol-au-vent e ovos cozidos coloridos, mas ainda assim ele não deixa de ocupar lugar destacado no roteiro boémio do Rio. Ali se “concentra” o bloco Nem Muda Nem Sai de Cima, cuja madrinha é a sambista Beth Carvalho. Em Botafogo, onde mora, a cantora anima outro bloco carnavalesco, o Concentra Mas Não Sai, que no domingo de pré-carnaval se “concentra” e não sai das imediações da “Adega da Velha”. Ali se concentra também, nas segundas-feiras de carnaval, o Bloco de Segunda, assim chamado não só pelo dia em que desfila mas porque, para os seus frequentadores, é de segunda categoria, mesmo. |
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Autor do celebrado romance “Bom povo brasileiro”, João Ubaldo Ribeiro transitou, na última década do século XX, por três bares próximos à sua casa, no Leblon, e em cujos “papos” se inspira para elaborar as crónicas que publica semanalmente em vários jornais brasileiros. Hoje, “bate o ponto” no “Tio Sam”, que até há pouco tempo era também frequentado pelo ex-Presidente, general João Figueiredo - o que disse preferir o cheiro dos cavalos ao do povo. O típico bar carioca é, como a praia, a “cara” da democracia brasileira. |
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Localizado no bairro dos artistas e produtores, que vivem como abelhas em torno da sede da Rede Globo, no Jardim Botânico, aos pés do Cristo Redentor, o bar “Jóia” era então o arquétipo do “pé-sujo” - comida sofrível, chope assim-assim e lavabos masculinos invariavelmente com defeitos que fazem com que o seu chão seja um de urina. Apesar disso, é “bem” frequentado, acabando por ser o epicentro da vida alegre e inteligente do bairro. Qual sociedade de cultura e recreio, é o ponto de concentração de um dos maiores blocos de carnaval cariocas, o Suvaco de Cristo, em que os moradores do bairro se divertem no domingo anterior ao carnaval. | Elifas Andreato detalhe capa LP Confusão Urbana Suburbana e Rural de Paulo Moura |
A importância social do “boteco” e dos seus animadores ficou comprovada quando o comerciante português Armando de Pinho Tavares foi assassinado, em junho de 1997. O crime comoveu os frequentadores do seu bar, o “Bracarense”, e repercutiu em toda a cidade, através dos principais jornais. O corpo de Armando Tavares, que tinha 54 anos, foi encontrado no assento ao lado do volante do seu carro às 4 horas da madrugada, após moradores da redondeza terem ouvido três tiros. Um dos tiros atingiu a cabeça do que era um dos personagens mais queridos da cidade. “Foi um tiro na cara do Rio”, disse um frequentador do bar. A cidade perdia um símbolo. |
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Armando Tavares, que tinha dois sócios portugueses no negócio, servia pessoalmente, 360 dias por ano, os bolinhos de aipim com camarão, as empadinhas e o chope que fizeram a fama do seu botequim. Fazer um bolinho de aipim igual ao do ‘Bracarense’ seria tão difícil quanto ter alguém como o Armando atrás do balcão, comentou uma sócia de outra famosa casa de comes-e-bebes do Leblon à época da sua morte. |
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Armando deixou o povoado (a aldeia) natal, no distrito de Aveiro, na adolescência, para fugir à guerra colonial e “fazer o Brasil”. “Alma malandra”, como escreveu um jornal carioca no seu obituário, trabalhou em vários bares até estabelecer-se em 1974 no Bracarense, um botequim fundado 25 anos antes por portugueses oriundos de Braga, claro. A alegria, o carinho, a atenção toda especial que as pessoas tinham lá, era mais que o melhor chope do Rio e um bolinho de bacalhau fantástico. Era sinônimo do dono - resumiu o cantor e compositor João Bosco. O Leblon e o Rio estão de luto, mas esse luto não vai passar em branco prometeu então João Ubaldo Ribeiro. Até hoje, no entanto, não se sabe quem matou Armando, o gerente do turno da noite que servia a “saideira” no “Braca”. Armando bebeu o último copo com Narciso Rocha, um penafielense (de Penafiel) integrante de um duo de portugueses que transformou um pé-sujo do Baixo Leblon num dos melhores estabelecimentos de comes-e-bebes da cidade. Aberto das 10 horas da manhã “até o último cliente” (lá para as cinco ou seis da manhã...). |
Elifas Andreato capa LP Confusão Urbana Suburbana e Rural de Paulo Moura |
Com a morte dos fundadores e descendentes, os botequins do Rio começam a mudar de mãos, passando a ser geridos pelos migrantes nordestinos que para eles trabalhavam de sol a sol. Ainda assim, continuam a ser um dos melhores exemplos do sucesso de portugueses que sonharam um dia em “fazer o Brasil” - e fizeram. Gerentes de negócios rentáveis, mas que “dão duro” diariamente; alguns só tiram duas folgas por ano, no Natal e no Ano Novo, únicos dias em que os seus bares fecham -, tiveram filhos e transformaram-se em cidadãos cariocas exemplares, apesar do sotaque - ou até mesmo por causa dele. Famosos, nem que seja apenas até a esquina mais próxima. |
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Encafuados em espaços muito exíguos entre prédios e arranha-céus que não param de crescer, os botequins do Rio de Janeiro continuam a fazer história. |
Pixinguinha no Bar Monteiro foto Walter Firmo |
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