que deu Cartola
mas não vai dar só bandeira
que deu Cartola e deu Silas de Oliveira

  

eu sou um branco desenraizado
pareço um preto desabituado
a falar da sua condição             

a lutar com o que tem na mão
a vibrar por uma viração

eu sou um preto desenraizado
pareço um branco desabituado
a falar da sua condição             

a lutar com o que tem na mão
a vibrar por uma viração

e quero aqui dizer muito humildemente
que pertenço à escola que deu
Noel, Pixinguinha e Cartola
e Ismael e Wilson Batista e Morengueira
pra não falar de mestre Silas de Oliveira e muitos mais


a minha escola não vai dar diploma
eu tô tão fraco que tô
quase entrando em coma
não tem tutu pra comprá repique
não tem tesão pra curtir um suingue
nem tem razão de botar discurso avançado

e só quero avançar aqui
o que já foi dito e redito por outros antes de mim
me dê sua mão Paulo Moura
e vamo cuidar dessa malandragem
que tá carente de mingau
que dá duro dá furo dá pulo dá bolo e não dá mole em lazer

só para dar prazer
só para dar prazer
só para dar prazer

que deu Cartola
mas não vai dar só bandeira

que deu Cartola e deu Silas de Oliveira

          

   
   









      

 Quadro fixo com fundo negro em que se vê o corpo central de um sax-alto Selmer dourado. Uma mão entra em campo do alto do plano para

 baixo e depois entra a outra mão.
As mãos levam a boca do sax até a saída superior do campo. Entra som, uma gravação de Confusão Urbana Suburbana e Rural, Mistura e Manda
  slow with feeling

  

                                                  Une infinie musique de Ariel de Bigault

                



Paulo Moura / sax terror 

O saxofonista alto e soprano e clarinetista Paulo Moura flana pelo centro da cidade do Rio de Janeiro, onde se formou e desenvolveu sua ciência e arte.
Vestido a rigor, como sempre.
Sem saxofone ou clarineta, entra numa birosca (a de frente pro antigo Dops, especializada em cana da boa) e bebe, passa pelo Theatro Municipal, olha, entra, olha, mostra-se isso e aquilo e a sala, plano mostra-o no palco do Municipal com orquestra e ele executa, faz dueto com Clara Sverner, sai, vai a lugares.
Com saxofones ou clarineta escolhe os décors e aqui e ali manda. Onde o lugar lhe sugere som ele faz.

Imagina, imagina
.
De carro, Paulo Moura salta e passeia aqui e ali em Ramos, subúrbio da Leopoldina, onde viveu pr vários anos.
Meio da tarde bastante quente de 1989. Paulo Moura, camisa de tom verde esmaecido, calça de linho e panamá brancos  espera o frescão no Castelo. Salta na Barata Ribeiro perto de onde mora atualmente, Bairro Peixoto.
Paulo Moura no Beco das Garrafas, onde entre o trabalho de anos na Rádio Nacional e a Orquestra Sinfônica Brasileira começou a se destacar na cena da bossa jazz, Bossa Jazz Rio de Sérgio Mendes, com Tião Neto e Do Um Romão.
Toca Moacir Santos.
Paulo Moura não fala. Toca.


sax terror era pra ser um filme assim
.

 

Capa de Confusão Urbana Suburbana e Rural de Paulo Moura 1976  Elifas Andreato


Beto Guedes Danilo Caymmi Toninho Horta Novelli

a contracapa da expressão da condição do artista em país periférico abastardado

quando as regras do sistema de showbizz tupiniquim, como se dizia há um tempo, são as de que músico é sobretudo acompanhante de cantor-starlet








          INSTRUMENTISTAS & INSTRUMENTAL

   Sinfonia Fantástica da condição do artista em país periférico abastardado


                            

Domingueira Voadora

Paulo Moura com seu estilo cantabile quando quer reproduz milimetricamente a melodia das composições mas não foi só um chorão na medida em que não se dedicou com exclusividade ao gênero ou ao sacar a abertura da forma-choro para o improviso e seu extenso manancial cromático deu-lhe características próprias, aquém e alem do samba, samba-choro ou choro de gafieira, que praticou sistematicamente desde o início de carreira. Paulo Moura trouxe os embalos da gafieira para o século XXI longe do centro do Rio de Janeiro com sua Domingueira Voadora na por assim dizer piscina do Parque Laje, onde Joaquim Pedro de Andrade encenou a goyesca feijoada antropofágica do filme Macunaíma. Semana da pátria, como soe ser chamada, de 1985, o Brasil na arrancada da chamada Nova República que encenava nomeadamente a que a "Folha de São Paulo" chamou de cultura da broa de milho, quando Ziraldo Alves Pinto, o Ziraldo do Pasquim e do Saci Pererê, dirigia a Funarte. Chovia a cântaros como soe acontecer todos os anos dia após dia por uma semana no Rio de Janeiro, pelo que sem necessidade num dava nem pra por o pé fora da porta e por ali se estava nas Laranjeiras de machadianos Cosmes Velhos e na noite de domingo a chuva não deu trégua, de taxi sob o toró o repórter é deixado no portão do casarão do Jardim Botânico onde o saxofonista e clarinetista ia dar mais uma Domingueira, com um tabladão sobre a dita da piscina que faria de chão de palco e tablado tabladora da domingueira voadora de Paulo Moura, transferida para uma das salas da entrada onde funcionava a escola de arte. O lugar não tinha dez gatos. Pingados. Um repórter permaneceu todo o longo tempo da performance de Paulo Moura em quarteto sentado no balcão do bar improvisado num canto da sala, bebendo e olhando o homem e seus instrumentos, só deslocando o olhar nos intervalos para alcançar o copo no balcão e Paulo Moura nunca viu um ouvinte tão sério e focado enquanto os poucos pares trocavam os passos pelo salão ao som de gafieira jazz forró do mestre, que não poucas vezes olhava como que intrigado com o olho direito claro muito grande de baixo para o alto. O repórter inda se molhou bastante na volta esperando passar um táxi na Jardim Botânico encharcada e deserta por volta da meia-noite. Round about midnight.

sax terror era pra ser um filme assim, mas a produção não saiu do roteiro e muito mais curioso é que o filme Une infinie musique, de Ariel de Bigault, produzido em 1986, como que reproduz trechos do roteiro e o espírito de sax terror com depoimentos pungentes de Paulo Moura a Grande Otelo e igualmente pungentes prestações de Paulo Moura com Turíbio Santos e Clara Sverner e em digressão solo com o saxofone no Pão de Açúcar e em grupo na gafieira Bananas ou desfilando no Sambódromo da Avenida Marquês de Sapucaí no caranaval de 1986 na ala de tamborins da bateria da Imperatriz Leopoldinense com informações, música e imagens de estalo.

A gafieira está muito bem retratada, incluindo Hermeto Pascoal curtindo o som do combo de Paulo Moura, como bem-apanhada foi a fisionomia do bairro de Ramos, no subúrbio da Leopoldina, onde morava, mas esse Ramos não tem o agito da quadra da Imperatriz Leopoldinense, em frente de onde Paulo Moura morava, nem do bloco Cacique de Ramos, uma das maiores expressões da força criativa do espírito de agremiação que brota da música popular carioca, e do samba de mesa ou pagode do grupo Fundo de Quintal que por essa época Beth Carvalho lançava nacionalmente, motivos pelos quais Paulo Moura se mudou de Botafogo quando deixou a Orquestra Sinfônica Brasileira, sob impulso ao que se depreende de Rosinha de Valença, moradora do bairro e sua parceira no grupo de Martinho da Vila em mais um agrupamento de luxo do sambista. Mais um mergulho nos mistérios do samba e encadeamento de ritmo com as palhetas dos metais em busca do "som da alma brasileira" que identificou em Pixinguinha.

Comparando com o roteiro de sax terror falta no filme de Bigault para ser perfeito do centro da cidade do Rio a Avenida Rio Branco do dancing Avenida em frente da Cinelândia e do Theatro Municipal, sede da OSB, onde Paulo Moura trabalhou como clarinetista até 1975, e onde ficavam os estúdios de gravação de discos, a Rádio Nacional em que tocou nos anos 1950, no auge da popularidade da emissora do edifício A Noite, na Praça Mauá, na outra ponta da Rio Branco, porto de todas as chegadas e partidas, e a Rádio Tupi, onde fez as primeiras regências. Paulo Moura, a ponte entre o passado nebuloso do Tabuleiro da Baiana no Largo da Carioca e da Galeria Cruzeiro, entre a Carioca e a Rio Branco, e da antiga Lapa e o futuro do pretérito, Lapa antiga e Galeria Cruzeiro e Tabuleiro da Baiana no tempo de Bigault já não mais existiam.

      
   
         
  
       

      Discografia                                                                                                                                                       

  • (1956) Moto Perpétuo - Columbia 78
  • (1956) Paulo Moura e sua Orquestra para Bailes - Sinter LP
  • (1958) Paulo Moura Sweet Sax - RCA Victor LP
  • (1959) Paulo Moura interpreta Radamés Gnattali - Continental LP
  • (1960) Tangos e Boleros - Chantecler LP
  • (1968) Paulo Moura Hepteto - Equipe Novo Esquema LP, CD
  • (1969) Paulo Moura Quarteto - Equipe LP
  • (1971) Fibra - Equipe LP
  • (1973) The Morning of The Musicians (LP de Gay Vaquer)
  • (1976) Confusão Urbana, Suburbana e Rural - RCA Victor LP
  • (1977) O Fino da Música - RCA Pure Gold LP (Com "Canhoto" e seu Regional, Fina Flor do Samba, Raul de Barros e Conjunto Atlântico)
  • (1977) Choro na Praça - Elektra/WEA LP (Com Waldir Azevedo, Zé da Velha, Abel Ferreira, Copinha e Joel Nascimento)
  • (1977) Altamiro Carrilho, Abel Ferreira, Formiga e Paulo Moura interpretam Vivaldi, Weber, Purcell e Villa-Lobos - Som Livre LP
  • (1982) Consertão - Kuarup LP, CD (Com Elomar, Arthur Moreira Lima e Heraldo do Monte)
  • (1983) Mistura e Manda - Kuarup LP, CD
  • (1983) Clara Sverner e Paulo Moura - EMI-Angel LP
  • (1984) Encontro - Paulo Moura (sax), Clara Sverner (piano), Turíbio Santos (violão) e Olívia Byington (voz) - Kuarup LP
  • (1985) Brasil Instrumental - Sax, Violão, Cello & Trombone - Kuarup LP
  • (1986) Gafieira etc & tal - Kuarup LP
  • (1986) Vou vivendo - EMI-Odeon LP
  • (1987) Quarteto Negro - Kuarup LP, CD
  • (1988) Clara Sverner e Paulo Moura interpretam Pixinguinha - CBS LP
  • (1991) Paulo Moura e Ociladocê interpretam Dorival Caymmi - Chorus/Som Livre CD
  • (1992) Dois irmãos - Caju Music CD (Com Raphael Rabello)
  • (1992) Rio Nocturnes - Messidor/Continental CD
  • (1993) Instrumental no CCBB - Tom Brasil CD
  • (1996) Brasil Musical. Série Música Viva - Tom Brasil CD
  • (1998) Pixinguinha - Velas CD
  • (1999) Mood Ingenuo: Pixinguinha meets Duke Ellington - The Paulo Moura & Cliff Korman Duo - Jazzheads CD
  • (2000) Paulo Moura visita Gershwin & Jobim - Pau Brasil CD
  • (2003) Estação Leopoldina - Rádio MEC CD
  • (2004) El Negro del Blanco - Biscoito Fino CD (Com o violonista Yamandú Costa)
  • (2006) Dois Panos para Manga - (Com o compositor e pianista João Donato)
  • (2010) Alento - Biscoito Fino CD (Com o grupo Teatro do Som)
  • (2012) Fruto Maduro (Com André Sachs)

Participações em álbuns de outros músicos:































































































































    



















 











 














 



 


 
















 


https://www.youtube.com/watch?v=GSR5mrdMrPg

Documento preciso pela entrevista de corpo inteiro como soe
dizer-se sobre a biografia e suas ideas sobre a vida de artista
e criação, além da performance sem marca d'água no som na Estudantina


     FIBRA - 1971         

Paulo Moura - sax alto e flauta           
Wagner Tiso - piano órgão e arranjos      
Luiz Alves - contrabaixo e violão         
  Robertinho Silva - bateria e percussão    
Oberdan Magalhães - sax tenor e flauta    
    Márcio Montarroyos - trumpete e flugelhorn
   Cesário Constantino Ramos - trombone      
Milton Nascimento - piano                 
Tavito - guitarra                         


Paulo Moura é Som Imaginário desde criancinha e antes já lançara A Sede do Peixe com exclusividade, aqui lança Cravo e Canela, do clube da esquina nem que seja pelas bandas da Praça Serzedelo Correia, Som Imaginário - a banda prog rock jazz rock e samba jazz de Wagner Tiso, que Paulo Moura abraçou quando ele chegou de Belo Horizonte ao Rio de Janeiro direto no Beco das Garrafas e com que montou a base instrumental do estouro de Milton Nascimento e seu estratoférico upgrade sonoro na cena musical brasileira e que prosseguiu com Luís Alves e Robertinho Silva, futuros parceiros de Paulo Moura também na Academia de Danças de Egberto Gismonti. Paulo Moura foi porta-voz de Milton Nascimento desde a aurora e em Tema dos Deuses encena os vocalizes em seu estilo de sax cantabile como uma prévia da gravação de Milagre dos Peixes dois anos depois.
Oberdan e Márcio Montarroyos, entre eles, alçam voo para carreiras gloriosas.
Um ano depois de Milton e um ano antes de Clube da Esquina, Paulo Moura é Som Imaginário forever.

   
INSTRUMENTISTAS & INSTRUMENTAL
Sinfonia Fantástica da condição do artista em país periférico abastardado

UM DOS MÚSICOS BRASILEIROS QUE MAIS EVIDENCIOU PELA POSTURA A CONDIÇÃO DO ARTISTA BRASILEIRO CRIATIVO E NÃO DE MERCADO ENTRE A RÍTMICA AFRICANA E A VANGUARDA

Paulo Moura é uma síntese de corpo e alma do instrumentista de música popular brasileira desde o seminal Pixinguinha do choro e da jazzband no início do século XX ao da pré-bossa nova, bossa nova e pós-bossa que fascinado pela junção/unção música/dança-sopro/percussão funda um estilo que funde virtuosismo instrumental e leveza de espírito basicamente festivo (mas também bluesy) a partir da visão do choro como plataforma alternativa ao jazz para a arte do improviso explorada em pequenas formações e nas grandes orquestras de dança, primis inter paris a Orquestra Tabajara do clarinetista pernambucano Severino Araújo, uma das formações em que atuou e criou calo na arte da grande música de dança afrocubano-americana-&-brasileira.
Seu grande sucesso artístico e de público, sobretudo tendo em conta que não se rendeu a regras de mercado, fruto de uma musicalidade inebriante, é uma faceta risonha da carreira de músico-síntese brasileiro no século XX, quando as regras do sistema de showbizz tupiniquim, como se dizia há um tempo, são as de que músico é sobretudo acompanhante de cantor-starlet.
Opta entre ser músico de jazz (estilo para que diz não não ser competente por natureza) ou de música brasileira e coloca-se bem acima da dicotomia entre músico dito erudito e músico popular, sendo sua obra o exercício simultâneo de ambas as coisas. Suas opções são fruto de escolhas estéticas muito claras, desenhando por assim dizer também uma teoria-síntese da vida de artista erudito e popular brasileiro do dancing Avenida e da Rádio Nacional, onde conviveu e trabalhou com Garoto e Lyrio Panicalli, Leo Peracchi e Radamés Gnatalli, e depois Rádio Tupi a primeiro clarinetista da OSB.
Esse papel de síntese decorre também de um posicionamento firme para se impor como artista popular brasileiro criador numa era de muitas limitações e discriminações e se deu bem tanto na Zona Sul carioca como em Paris ou em Ramos, onde morou mesmo em frente à quadra da Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense para aprofundar o estudo da articulação do ritmo e da percussão com o sopro. De membro da OSB passa a membro da ala de tamborins da escola.
De sua calma obstinação vem o estilo original das obras-primas de estúdio Confusão Urbana Suburbana e Rural, de 1976, e Mistura e manda, de 1983, e que a bem dizer extrapola em outra obra de estúdio, Paulo Moura e Ociladocê interpretam Caymmi, de 1991, quando recria de forma prospectiva obras do mestre baiano acentuando sua riqueza cromática e sensualidade com sugestivas narrações sonoras que choram e dançam numa excursão semelhante à aventura congênere de Carlos Santana com Airto Moreira em Promessas de Pescador (Promises of a fisherman) do álbum Borboletta (1974), em recriação ao mesmo tempo ousada e respeitosa. Paulo Moura colore com maestria o universo caymmiano com os atabaques do candomblé e as ondulações dos sopros do vento e do mar numa antologia de novidades perenes.

                   P         L         U         R         I         F         A          C         E         T         A         D         O 
     
   Quase não há gênero que não tocou em suas diferentes fases e facetas
Em dezenas de colaborações com instrumentistas de instrumental muito variado Paulo Moura explorou uma miríade de timbres, estilos e cadências expressando musicalidade rara, toda a musicalidade da raça... raça humana.


    P   A   I   S   A   G   E   N   S      D   E      P   A   U   L   O     M   O   U   R   A



       Ao vivo no Teatro Carlos Gomes, Rio de Janeiro, 1996 - CD Velas 1997


              PAULO MOURA / PIXINGUINHA - UM ENSAIO


                                        no encarte do CD Velas - 1997



 


Raphael Rabello e Radames Gnatalli - dois irmãos e parceiros



Choro - Gênero seminal da música popular da cidade do Rio de
Janeiro que se desenvolveu em paralelo e em permanente diálo-
go primeiro com o maxixe e logo com o samba baseado na técni-
ca do contraponto em cadência tropical e contornos de  música
barroca e donde Bach e a paixão de Heitor Villa Lobos que com
ele fez uma transfusão e permitindo derivações em contracanto
e contracampo em improviso a exigir muito virtuosismo.  Para
Paulo Moura o choro foi a alternativa ao jazz em que  também
se formou/informou, uma linguagem que não lhe era tão  congê-
nita quanto a dos ritmos populares do Rio de Janeiro. Choro
ou chorinho, quando menos plangente e mais acelerado. E há o
samba-choro e o choro-canção. Choro pode ser chorado como um
blues de outra maneira. Tem algo de fado e de musica napule-
tana. Yamandu Costa diz que tem muito a ver com a Rússia.




 









 

 

 




 



 

 





                 


MILTON NASCIMENTO JOHNNY ALF  EDU LOBO  EGBERTO GISMONTI

 
                         1973                           1974

  1974

   
                       1973                         1972

Cinco outras contribuições de Paulo Moura
em  marcos históricos.  O final do breve
solo de sax  de Zanga Zangada  (Edu Lobo-
Ronaldo Bastos) do  LP Missa Breve de Edu
Lobo sugere
a melodia da  introdução e
intermezzo de Folhetim de Chico Buarque





MÚSICA DO BRASIL  DE  CABO A RABO  

O LIVRO DE PEDRA

INSTRUMENTISTAS & INSTRUMENTAL

Sinfonia Fantástica da condição do artista em país periférico abastardado

sax terror

   

Publicado em Lisboa em 1978, CORAÇÔES FUTURISTAS abre sintomaticamente com o capítulo CENSURA/PRECONCEITO e episódios da vida de artista num país periférico abastardado com Alaíde Costa, Jards Macalé,  Sirlan, Luiz Conzaga Jr., Chico Buarque/Julinho da Adelaide, João da Baiana, Donga, Pixinguinha, Cartola, Nelson Cavaquinho, Valzinho, Pedro Caetano, Mano Décio da Viola, Luli e Lucina, Naná Vasconcelos, Hermeto Pascoal, Airto Moreira, Batatinha, Joyce, Milton Nascimento e André Midani (no papel de manager retado).

quando as regras do sistema de showbizz tupiniquim, como se dizia há um tempo, são as de que músico é
sobretudo acompanhante de cantor-starlet

O pouco caso em relação ao proletariedado e subproletariado ou classe operária ou lumpen da música brasileira é um espelho do seu país justamente num setor em que ele conquistou e manteve por cerca de um século uma reputação de gigante por conta da riqueza de sua música e o know-how de pronto exibido por compositores e instrumentistas em performance proporcionada por estudo dedicado e criando por si mesmo uma cultura superior graças ao amor geral pela música.
O Brasil chegou a ser o sétimo maior mercado de discos mundial nas décadas de 1970 e 1980 e o parque de locais de diversão é muito grande, apesar das limitações gerais, pelo que os bons nunca morrem de fome. Mas em que condições se trabalha e que retorno é dado em termos de repercussão e prestígio a uma enorme massa de muito bons, excelentes músicos que o Brasil produz apesar de não dar a mínima para atrair a população para a prática musical.
Quando a MPB, que engloba vários gêneros, estoura outra vez no mundo nos anos 1970 o panorama do mercado musical brasileiro é caracterizado pela mesma péssima distribuição de renda do resto do país e é obrigatória a exibição nas capas e nos selos dos discos da expressão DISCO É CULTURA mas isso não quer dizer nada.

 A condição do artista em país periférico abastardado SEM FICHA TÉCNICA - porque DISCO É CULTURA mas quase sempre SEM FICHA TÉCNICA 
se expõe mesmo em um artista criativo de bastante projeção como Paulo Moura (apenas como UM exemplo), que reflete sobre

MEIOS
MODOS         e relações de
ESTILOS       produção                 é sempre expressão do sistema de showbizz tupiniquim em que o instrumentista coadjuvante é também a primeira vítima de falta de FICHA TÉCNICA, o B.O. e outdoor do artista, num país sem método e sem memória e em que a grande maioria dos músicos nunca conheceu direitos conexos.
A cena artística brasileira tem uma faceta muito marcada de mundo cão mas ainda assim se faz som e se sobrevive dele.

MÚSICA DO BRASIL  DE  CABO A RABO contém um índice onomástico de mais de quatro mil entradas de gente digna de figurar num elenco de criadores de música brasileira, pouquíssimos devidamente reconhecidos e remunerados - de alguma maneira - em vida e menos ainda à posteriori, porque também aqui no Brasil há um sinistro véu de desconhecimento e/ou esquecimento ou vice-versa.

MÚSICA DO BRASIL  DE  CABO A RABO
INSTRUMENTISTAS & INSTRUMENTAL

Sinfonia Fantástica da condição do artista em país periférico abastardado

é só mais um canal de projeção de sua luz e seu som, uma dádiva



MÚSICA DO BRASIL DE CABO A RABO

    ciberzine         http://revoluciomnibus.com/LOGO.jpg& narrativas de james anhanguera



Música  do Brasil de Cabo a Rabo é um livro com a súmula de 40 anos de estudos de James Anhanguera no Brasil e na América do Sul, Europa e África. Mas é também um projeto multimídia baseado na montagem de um banco de dados com links para múltiplos domínios com o melhor conteúdo sobre o tema e bossas mais novas e afins. Aguarde. E de quebra informe-se sobre o conteúdo e leia trechos do livro Música do Brasil de Cabo a Rabo, compilado a partir do banco de dados de James Anhanguera.

MÚSICA DO BRASIL DE CABO A  RABO

Você já deve ter visto, lido ou ouvido falar de muita história da música brasileira da capo  a coda, mas nunca viu, leu ou ouviu falar de uma como esta. Todas as histórias limitam-se à matéria e ao universo musical estrito em que se originam, quando se sabe que música se origina e fala de tudo. Por que não falar de tudo o que a influenciade que ela fala sobretudo quando a música  popular brasileira tem sido quase sempre um dos melhores veículos de informação no  Brasil? Sem se limitar a dicas sobre formas musicais, biografia dos criadores  e títulos de   maior destaque. Revolvendo todo o terreno em que germinou, o seu mundo e o mundo do  seu tempo, a cada tempo, como fenômeno que ultrapassa - e como - o fato musical em si. 

Destacando sua moldura
      
nessa janela sozinho olhar a cidade me acalma

dando-lhe enquadramento
           
estrela vulgar a vagar, rio e também posso chorar

... histórico, social, cultural e pessoal.
  Esta é também a história de um aprendizado e vivência pessoal.

De um trabalho que começou há mais de meio século por mera paixão infanto-juvenil, tornou- se matéria de estudo
e reflexão quando no exterior, qual Gonçalves Dias, o assunto era um meio de estar perto e conhecer melhor a própria
terra distante e por isso até mais atraente.
     E que como começou continuou focado em cada detalhe por paixão.                                                             CONTINUA AQUI


CORAÇÕES FUTURISTAS nunc et semper AQUI


MÚSICA DO BRASIL  DE  CABO A RABO
MÚSICA DO BRASIL
 
DE  CABO A RABO

                                                   ÍNDICE DOS CAPÍTULOS 
capítulos, seções de capítulos com trechos acessíveis a partir dos títulos, em azul DeLink


     O LIVRO DA SELVA

    Productos Tropicaes E Abertura em Tom Menor

    1. O BRASIL COLONIZADO
        raízes & influências Colônia e Império
 
  

       1. A  Um Índio   1. B Pai Grande    1.C  Um Fado 

       2. TUPY NOT TUPY formação de ritmos e estilos urbanos suburbanos e rurais
                                                Rio sec. 19-sec. 20 - Das senzalas às escolas de samba

    Os Cantores Do Rádio   ESTreLa SoBE 

  CARMEN MIRANDA DE CABO A RABO

  fenômeno da cultura de massa do século XX                  

  4. BOSSA NOVA do Brasil ao mundo

    Antonio-Carlos-Jobim-Tom-Jobim .html 

Johnny Alf

5. BOSSA MAIS NOVA o Brasil no mundo 
6.
TROPICALIA TRIPS CÁLIDOS    e a manhã tropical se inicia


Detalhe de cenário de Rubens Gershman para montagem de O Rei da Vela, Teatro Oficina, 1967

 O LIVRO DE PEDRA

  PARA LENNON & McCARTNEY 
  VIDA DE ARTISTA crise e preconceito = inguinorãça

  CAETANO VELOSO

  GILBERTO GIL
  CENSURA: não tem discussão. Não            
 
POE SIA E MÚSICA POPULAR BRASILEIRA
 
Milton Nascimento
 
O SOM É MINAS: OS MIL TONS DO PLANETA    
  MARIA TRÊS FILHOS

  (SEMPRE) NOVOS BAIANOS        
  NORDESTONTEM NORDESTHOJE

 
RIO &TAMBÉM POSSO CHORAR  
      Gal Costa Jards Macalé Waly Sailormoon Torquato Neto  Lanny Maria Bethânia
  Conversa de Botequim
  FILHOS DE HEITOR VILLA-LOBOS
 
INSTRUMENTISTAS & INSTRUMENTAL Sax Terror
       
PAULO MOURA    
  SAMBA(S)
BLEQUE RIO UM OUTRO SAMBA DE BREQUE        
  FEMININA

  MULHERES & HOMENS NO EXÍLIO o bêbado exilado & a liberdade equilibrista

  ANGOLA          
  ROCK MADE IN BRAZIL ou
 Quando a rapeize solta a franga

  LIRA PAULISTANA            
  CULTURA DA BROA DE MILHO

  LAMBADA  BREGANEJO AXÉ E SAMBAGODE
 
RIO FUNK HIP SAMPA HOP E DÁ-LE MANGUE BITE RAPEMBOLADA
  DRUM’N’BOWSSA            
  CHORO SEMPRE CHORO     
  INSTRUMENTISTAS
 & INSTRUMENTAL II   SAX TERROR  NA NOVA ERA
  ECOS E REVERBERAÇÕES DO SÉCULO DAS CANÇÕES
  
  DE PELO TELEFONE A PELA INTERNET

   MÚSICA DO BRASIL em  A triste e bela saga dos brasilianos
  
MÚSICA DO BRASIL  em ERA UMA VEZ A REVOLUÇÃO      

 

Elifas Andreato: capa do LP Confusão Urbana Suburbana e Rural de Paulo Moura


      PAGINA INICIAL    revoluciomnibus.com


                                       

MAPA DA MINA MAPPA DELLA MINIERA

meio século
de psicodelia
e bossa nona

bossa nova
The Beat
Goes ON

a fome
no mundo e
os canibais


as ditas
moles e as
ditaduras


Brasil de
Caminha a
Lula da
Silva

Brasil
a bossa e a
boçalidade

Miconésia
no Pindaibal

Brasil e
A
mer ica
Latina

  contracultura









história
do uso das
drogas

aldous
huxley

henry david
thoreau

ERA UMA VEZ
A
REVOLUÇÃO


poP!

Notícias
do
Tiroteio


Lusáfrica
brasileira

parangopipas
Maio de 68
 50 do 25 Rumo à
Estação Oriente

A triste
e bela saga
dos brasilianos

La triste
e bella saga
dei brasiliani


Deus e o
Diabo na Terra
da Seca

Música do
Brasil de Cabo
a Rabo

Maionese
a consciência
cósmica


    revoluciomnibus.com   eBookstore

                                                                                                     acesse a íntegra ou trechos de livros de james anhanguera online a partir     DAQUI

revoluciomnibus.com - ciberzine & narrativas ©james anhanguera 2008-2025 



créditos autorais: Era Uma Vez a Revolução, fotos de James Anhanguera; bairro La Victoria, Santiago do Chile, 1993 ... A triste e bela saga dos brasilianos, Falcão/Barilla: FotoReporters 81(Guerin Sportivo, Bolonha, 1982); Zico: Guerin Sportivo, Bolonha, 1982; Falcão Zico, Sócrates, Cerezo, Júnior e seleção brasileira de 1982: Guerin Sportivo, Bolonha, 1982; Falcão e Edinho: Briguglio, Guerin Sportivo, Bolonha, 1982; Falcão e Antognoni: FotoReporters 81, Guerin Sportivo, Bolonha, 1981.


E-mAIL


educação diversão desenvolvimento humano



facebook.com/ james anhanguera instagram.com/revoluciomnibus - youtube.com/revoluciomnibus3128

TM

 

Carolina Pires da Silva
e James Anhanguera


TM