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1978-2018                                 40 ANOS DE CORAÇÕES FUTURISTAS

                                                     notas sobre MUSICA POPULAR BRASILEIRA

                                                                     

                   ciberzine    & narrativas de james anhanguera

                                    40 ANOS DE CORAÇÕES FUTURISTAS   notas sobre MUSICA POPULAR BRASILEIRA

 

 

      Um livro feito CORAÇÕES FUTURISTAS não deveria talvez ser "efemeridezado" pelo próprio autor nem um ano depois.

      Tendo já então um pouco de senso crítico (e o chamado simancol) pra comemorar ele lançou um ano e meio depois outra coleção de narrativas sobre o assunto porque seu mais profundo interesse era aprofundar o conhecimento da matéria. Mas de nada vale a opinião do autor, que anos depois ouviu de alguém que gostara mesmo era do primeiro, que um recensionista nascido no ano de sua publicação escreveu de recente ter-lhe dado a sensação de que o autor era abilolado.

      Pudera.

      CORAÇÕES FUTURISTAS - notas sobre MUSICA POPULAR BRASILEIRA tem esse título por conta do disco de Egberto Gismonti. Acerta também no subtítulo: é um caderno de notas, o primeiro caderno do alumno de música popular brasileira James Anhanguera e o posterior, Fragmentos de Brilhante - colagem de belezas & tristezas do Brasil e da MPB, é o segundo. Alumno que para as circunstâncias e a época em que escreveu - entre Lisboa e Paris entre 1976 e 1979 - até que já sabia e transmitia alguns conhecimentos básicos.

      Caderno de notas.

      Notas são notas. Conta-se um conto, ilumina-se quiçá um ponto e depois conta-se outro.

      Abilolado pois sim. Mas já lá iremos.

      CORAÇÕES FUTURISTAS, desenvolvido e atualizado, daria vários volumes. Música do Brasil de Cabo a Rabo.

     CORAÇÕES FUTURISTAS é publicado em Lisboa em maio de 1978.

      Partiu de um convite para escrever para a revista mensal Jazz Hot de Paris uma série de dois artigos de cerca de 6 000 palavras contando um pouco da história e falando da extraordinária produção daqueles últimos 15, 20 anos. 12 000 palavras só deram para traçar uma panorâmica por alto até o início do século XX.

      O original em português, escrito on the road trecho aqui capítulo ali, baseou-se em duas prerrogativas:

      escrever em Portugal em português do Brasil num estilo que Glauber Rocha pusera em circulação, reproduzindo a sintaxe e a fonética da fala comum e pseudo-arcaica com uso de letras abolidas do idioma pela reforma ortographica de 1943. Escrever tendo em atenção o som da fala e do canto e nomeadamente como fala e canta um carioca auto-exilado na Europa e baseado em Portugal cinco, seis anos, o que se traduzia num outro idioma. Abibolado.

      expor também experiências estéticas reproduzidas aqui e ali em capas de discos de MPB a partir de ensaios de poetas e artistas plásticos como os concretistas - exibidas nos livros Contracomunicação, de Décio Pignatari, e Balanço da Bossa & Outras Bossas, de Augusto de Campos - e novos objetivistas-pop art istas-modernos  - Luciano Figueiredo, Hélio Oiticica, Antônio Dias, Torquato Neto, Waly Sailormoon, nomeadamente nas revistas Polem e Navilouca.

      CORAÇÕES FUTURISTAS seria, além de abjeto, um livro-objeto. Bom de folhear, ver e ler. Ou bom de folhear e ver.

      O projeto baseava-se na exploração de recursos gráficos do off-set. Mas por questões financeiras o editor optou por imprimi-lo no secular processo de tipos gráficos de chumbo com tinta estampada no papel, sem nenhum outro atrativo visual além de dois cadernos de fotos mal reproduzidas em papel couché.

     CORAÇÕES FUTURISTAS passou a candidatar-se a ser apenas um livro abjeto. Idiossincracia estendida à capa, em que seja como fosse João Botelho caprichou.

      Apesar dos pesares o livro causou forte impacto. Ninguém estava conseguindo publicar nada sobre música popular brasileira no Brasil naqueles anos. Nunca se resumira certos aspectos de sua evolução daquela forma. Traçava-se uma panorâmica com graves lacunas e omissões mas bastante vasta e informada sobre a produção daqueles anos privilegiando franjas marginais mal-ditas. Era enfim uma bela brincadeira.

       E é no mínimo curioso que 30 Anos Depois CORAÇÕES FUTURISTAS, como se pode constatar googlando, ainda seja bastante citado e comentado - ou como se dizia na época, ainda esteja nas bocas - por aqui e por lá.

       Meio abibolado. O que era parte da brincadeira. Brasileiro há mais de meia década entre Londres, Lisboa e Paris tentando escrever um livro - não só - sobre música popular do Brasil. De um dos pontos cardeais da origem de tudo. E apesar de tudo - na pré-história, ainda antes do advento do fax e quando sequer se sonhava com microcomputador - muito longe. Com um grande mar pelo meio.

       Não tendo o atrativo do tal livro-objeto - obra de arte gráfica visual em si mesma - CORAÇÕES FUTURISTAS, pelo próprio título associável à poesia maldita - e parisiense - de Arthur Rimbaud, é o ponto de partida de parte central de um um projeto de vida que deu ares de graça e o que falar em Ondina-Salvador, São Paulo, Belo Horizonte, Paris e Roma e que deságua em Música do Brasil de Cabo a Rabo.

      Um dado crucial é que sendo Lisboa um dos pólos da diáspora histórica luso-afro-brasileira James Anhanguera pode, entre 1970 e 1978, ter acesso por via direta a jornais e revistas marginais como Polem, Bondinho, edição brasileira do então jornal Rolling Stone e Pasquim, a todas as publicações brasileiras de circulação nacional e, graças à existência na capital portuguesa da livraria Centro do Livro Brasileiro, a quase todos os livros publicados naqueles anos no Brasil, do marco zero Balanço da Bossa e as obras completas de Guimarães Rosa, Graciliano, Câmara Cascudo, Lins do Rego, Oswald e Mário de Andrade, Sousândrade e pi a fora a Me Segura Queu Vou Dar Um Troço de Waly Sailormoon (agora Salomão), José Álvaro Editor, 1972. Incluindo Dazibao e os escambaus era difícil encontrar naquela época no Brasil uma biblioteca tão completa como aquela, de onde James costumava sair com braçadas de volumes.

          Abilolado. Até inconscientemente - et pour cause - sendo fruto do seu tempo e mesmo por via do seu projeto gráfico original de livro-objeto CORAÇÕES FUTURISTAS tenderia a ser também uma obra universalista e brasileira psicodélica, de Aguirre a Ira dos Deuses, de Werner Herzog, aos Novos Baianos com uma visão trans e contracultural, anti-etnocêntrica e desbundada do que se passara e se passava. Para punk meio punk nada punk. E punk e meio. De pancada: Cinco Bombas Atômicas (Jorge Mautner, quem aí conhece?) ora pois. E por isso também, pelo que parece implícito no texto, causou maravilha. Ok. Maravelha. Por ser abilolado mesmo. Sinal dos tempos, testemunho de uma era - a segunda época de ouro da música popular brasileira, então ainda cheia de garra, graça e de desgraças também.

         Abilolado...  desbundada... De pancada:...

        Talvez a escassez de bibliografia sobre música brasileira até tempo muito recente tenha feito com que CORAÇÕES FUTURISTAS seja citado como obra de referência de cursos de literatura comparada e teses de estabelecimentos de prestígio.

         Mas em crônica já do século XXI (postada in blog entre 2004 e 2007) que se capta googlando um simpático recensionista anota a perspectiva talvez exata, do ponto de vista do leitor ávido por um livro de consulta com princípio, meio e fim, sem lacunas graves, e com índices de toda a sorte E notas e índice remissivos, escrevendo que

         CORAÇÕES FUTURISTAS recolhe em escrita corrida, sem grande pontuação e em caótica organização temática, uma miríade de apontamentos a que falta um fio condutor e uma lógica que disperse a densidade de referências e lhes dê consistência para uma leitura amena.

         CORAÇÕES FUTURISTAS - prossegue - está escrito de um modo quase impossível de ler com agrado.

         Mas - conclui - é um bom livro sobre a MPB.

         E  seja o que for... Notas são notas. Conta-se um conto, ilumina-se quiçá um ponto e depois conta-se outro.

 

 

  MÚSICA DO BRASIL DE CABO A RABO


  efemérides tabém de Fragmentos de Brilhante - colagem de belezas & tristezas do Brasil e da MPB, de James Anhanguera, edição do autor/PAU BRASIL, Lisboa, 1979


     MÚSICA DO BRASIL DE CABO A RABO

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 Música  do Brasil de Cabo a Rabo é um livro com a súmula de 40 anos de estudos de James Anhanguera no Brasil e na América do Sul, Europa e África. Mas é também um projeto multimídia baseado na montagem de um banco de dados com links para múltiplos domínios com o melhor conteúdo sobre o tema e bossas mais novas e afins. Aguarde. E de quebra informe-se sobre o conteúdo e leia trechos do livro Música do Brasil de Cabo a Rabo, compilado a partir do banco de dados de James Anhanguera.

         

          CORAÇÕES FUTURISTAS nunc et semper   

 

   Você já deve ter visto, lido ou ouvido falar de muita história da música brasileira da capo  a coda, mas nunca viu, leu ou ouviu falar de uma como esta

  Música  do Brasil de Cabo a Rabo

   Todas as histórias limitam-se à matéria e ao universo musical estrito em que se originam, quando se sabe que música se origina e fala de tudo.

   Por que não falar de tudo o que a influencia e de que ela fala sobretudo quando a música popular brasileira tem sido quase sempre um dos melhores veículos de informação no Brasil? Sem se limitar a dicas sobre formas musicais, biografia dos criadores  e títulos de maior destaque. Revolvendo todo o terreno em que germinou, o seu mundo e o mundo do seu tempo, a cada tempo, como fenômeno que ultrapassa - e como - o fato musical em si. 

                Destacando sua moldura

       dessa janela sozinho olhar a cidade me acalma

                   dando-lhe um enquadramento

       estrela vulgar a vagar, rio e também posso chorar...

                     histórico, social, cultural e pessoal. 

         Esta é também a história de um aprendizado e vivência pessoal.

    De um trabalho que começou há quatro décadas por mera  paixão infanto-juvenil, tornou-se matéria de estudo e reflexão quando no exterior, qual Gonçalves Dias, o assunto era um meio de estar perto e conhecer melhor a própria terra distante e por isso até mais atraente. E que como começou continuou focado em cada detalhe por paixão.                    

Música do Brasil de Cabo a Rabo

NARRATIVA DE APRESENTAÇÃO CONTINUA  AQUI

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                           MÚSICA DO BRASIL  DE  CABO A RABO       

                                                                 ÍNDICES

mais de 4000 referências - artistas personagens e personalidades citados e com obras citadas e standards internacionais
ENTRADA PARA ARTISTAS E REPERTÓRIO CITADOS E TRECHOS ACESSÍVEIS - TODAS AS ENTRADAS PARA
                                     MÚSICA DO BRASIL  DE  CABO A RABO

ARTISTAS E REPERTORIO     DE A   A   Z

ÍNDICE TEMÁTICO

CLÁSSICOS COLETÂNEAS STANDARDS

 RITMOS ESTILOS FOLGUEDOS E INSTRUMENTOS

BIBLIOGRAFIA

FILMES VÍDEOS RÁDIO TV  TEATRO

ÍNDICE DOS CAPÍTULOS 
capítulos ou seções de capítulos com trechos acessíveis

     O LIVRO DA SELVA

    Productos Tropicaes  E Abertura em Tom Menor


    1.    O BRASIL COLONIZADO     raízes & influências Colônia e Império   

       1. A  Um Índio

 

       1. B   Pai Grande       

       1.C  Um Fado

 
       2.
TUPY NOT TUPY

    Os Cantores Do Rádio

           

                                                                    CARMEN MIRANDA DE CABO A RABO

                                                                  fenômeno da cultura de massa do século XX 
                


       BOSSA NOVA do Brasil ao mundo


     5. BOSSA MAIS NOVA o Brasil no mundo


     Antonio-Carlos-Jobim-Tom-Jobim .html 

Johnny Alf  




6. TROPICALIA TRIPS CÁLIDOS    e a manhã tropical se inicia


                         Detalhe de cenário de Rubens Gershman para montagem de O Rei da Vela, de Oswald de Andrade, Teatro Oficina, 1967, em remake da capa do LP Estrangeiro de Caetano Veloso

 O LIVRO DE PEDRA

  PARA LENNON & McCARTNEY 

  VIDA DE ARTISTA

 VIDA DE ARTISTA   crise preconceito inguinorãça censura   PHONO 73
Chico Buarque/Julinho da Adelaide Caetano Veloso Gilberto Gil PESADELO

 CAETANO VELOSO
 

EDU LOBO

  GILBERTO GIL

  CENSURA: não tem discussão. Não            
 
POE SIA E MÚSICA POPULAR BRASILEIRA
  Milton Nascimento
 
O SOM É MINAS: OS MIL TONS DO PLANETA
  

  (SEMPRE) NOVOS BAIANOS        
  NORDESTONTEM NORDESTHOJE

  RIO & TAMBÉM POSSO CHORAR
  VAPOR BARATO

  CONVERSA DE BOTEQUIM

botequim do Rio de Janeiro na história e no samba

  FILHOS DE HEITOR VILLA-LOBOS
 
INSTRUMENTISTAS & INSTRUMENTAL   Sax Terror

   
  SAMBA(S)
BLEQUE RIO UM OUTRO SAMBA DE BREQUE        
  FEMININA

  MULHERES & HOMENS NO EXÍLIO o bêbado exilado & a liberdade equilibrista

 ANGOLA 

           
  ROCK MADE IN BRAZIL ou
 Quando a rapeize solta a franga

  LIRA PAULISTANA            
  CULTURA DA BROA DE MILHO

  LAMBADA  BREGANEJO AXÉ E SAMBAGODE
 
RIO FUNK HIP SAMPA HOP E DÁ-LE MANGUE BITE RAPEMBOLADA
  DRUM’N’BOWSSA            
  CHORO SEMPRE CHORO

 

  INSTRUMENTISTAS & INSTRUMENTAL II   SAX TERROR  NA NOVA ERA
  ECOS E REVERBERAÇÕES DO SÉCULO DAS CANÇÕES
  
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   D'après João Botelho (1978) in capa de Corações Futuristas de James Anhanguera d'après Elifas Andreato (1976)


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créditos autorais: Era Uma Vez a Revolução, fotos de James Anhanguera; bairro La Victoria, Santiago do Chile, 1993 ... A triste e bela saga dos brasilianos, Falcão/Barilla: FotoReporters 81(Guerin Sportivo, Bolonha, 1982); Zico: Guerin Sportivo, Bolonha, 1982; Falcão Zico, Sócrates, Cerezo, Júnior e seleção brasileira de 1982: Guerin Sportivo, Bolonha, 1982; Falcão e Edinho: Briguglio, Guerin Sportivo, Bolonha, 1982; Falcão e Antognoni: FotoReporters 81, Guerin Sportivo, Bolonha, 1981.

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