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   revoluciomnibus.com  OU A POÉTICA DA LUZ DO SERTÃO

 

  ciberzine   & narrativas de james anhanguera

 

                

    TRISTERESINA     

BANGUE-BANGUE NA TERRA DO SOL

ESTRELANDO

  CIÇO BRANCO NO PAPEL DE CISKO KID

                        

                                                 

               uma série revoluciomnibus.com que inclui

                                                                                   

 

               Os Sertões              

Euclides da Cunha & Os Sertões

               O triste e belo fim de Joana Imaginária & Antônio Conselheiro

Canudos 1897 - a guerra de Canudos

Canudos Hoje: Tendão dos Milagres X O Amuleto de Ogum
  o grande circo místico - religiosidade no Brasil

  

  TRISTERESINA  

      BANGUE-BANGUE

      NA  TERRA DO SOL

 

           

           duna 

   do pôr do sol

Coriscos & Dadás Lampiões &  Marias Bonitas

  Até calango pede sombra  

 

GLAUBER ROCHA OU A POÉTICA DA LUZ DO SERTÃO NO CINEMA NOVO BRASILEIRO  

 

A INDÚSTRIA 

DA SECA

 

No Pátio dos Milagres do Padim Ciço

O triste e belo fim de Joana Imaginária & Antônio Conselheiro

INDISSECA

   índice remissivo

                          

               cibercordel

         DO  MAIOR VIVEIRO CULTURAL  

                             DO BRASIL E UMA DAS REGIÕES   

                             MAIS    POBRES    DO       MUNDO 

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    TRISTERESINA      

                              

         

BANGUE-BANGUE NA TERRA DO SOL

ESTRELANDO

  CIÇO BRANCO NO PAPEL DE CISKO KID

 

          Trechos

de banco de dados em construção sobre feitos e efeitos de quase meio milênio de desmando dos a que já em  OS SERTÕES (1902) Euclides da Cunha aludia caracterizando como

 

   (...) Os grandes conquistadores de urnas que, a exemplo de milhares de comparsas disseminados neste país, transformam a fantasia do sufrágio universal na clava de Hércules da nossa dignidade (...).

 

Coronelismo, enxada e voto – história do coronelismo, de Vitor Nunes Leal, publicado pela primeira vez em 1949, será o estudo mais completo sobre os mecanismos de controle político pessoal e partidário no Nordeste.

Com o advento da Republica cresce a importância política formal dos estados. Governadores eleitos pela minoria letrada (até 1989 o voto era proibido a analfabetos) passam a ser intermediários do poder central e do município.

Dar-se-ia então, se essa mudança não fosse sobretudo formal, uma crise substancial do poder dos coronéis, proprietários rurais que portam patente da Guarda Nacional, criada durante a transição do poder de Pedro I a Pedro II em 1831.

Mas o coronelismo não recua um passo durante a República Velha. Os coronéis seguem donos e senhores dos seus territórios e súditos, controlando todo o processo político-eleitoral, financiando os seus candidatos-advogados dos interesses locais, que são os seus pessoais. Democracia formal = arcaísmo econômico e social. Que apesar de todas as mudanças ainda perdura.

 

O título de coronel, honorífico, vinha da Guarda Nacional, constituída por destacamentos formados por civis. A escolha de coronéis e majores, feita pela Regência, transpunha para o poder político o poder econômico e social dos terra-tenentes, que agora passam a decidir também quem será prefeito, vereador, deputado, delegado, professor ou funcionário público.

Poder real, poder legal, está tudo muito bem sintetizado no breve relato romanceado que deles faz Graciliano Ramos através do coronel Paulo Honório em São Bernardo.

A experiência de terra-tenente incorpora-se à prática de mandonismo. Vitor Nunes Leal chamou a atenção para a dependência de todo o universo rural ao fazendeiro, cujo poder obriga o partido de governo a buscar a intermediação ou apoio vital do dono das terras. O eleitorado do cabresto é mero agregado cujo voto é decidido no salão da fazenda e imposto pela via do paternalismo, filho do mandonismo, personificação melancólica da unidade política do Brasil.

 

A estrutura latifundiária manteve-se inalterada até o final do século 20, conforme o estudo O mito da necessidade - Discurso e prática do regionalismo nordestino, de Iná Elias de Castro, onde se constata uma presença muito forte do Nordeste no poder central em função do peso substancial dos seus votos no legislativo.

Iná detectou também um grave descompasso entre o avanço econômico e a miséria social na região.

Nos discursos dos políticos nordestinos a miséria é pretexto para constantes apelos ao auxílio ao Nordeste mas toda medida assistencial dá no mesmo.

A grande maioria dos recursos são subsídios à produção que não implicam em maior demanda de eficiência e na verdade o dinheiro não é nem mesmo aplicado no Nordeste mas disperso pelos segmentos sociais mais privilegiados.

É o caso dos seis poços abertos pelo Departamento Nacional de Obras Contra a Seca nos anos 1990 em propriedades do ex-presidente da Câmara de Deputados, Nada Inocêncio de Oliveira, em Pernambuco.

    Para já não falar no desperdício.

A grande maioria dos 5 000 açudes de médio e grande porte e 70% dos 30 mil poços artesianos estão em locais impróprios ou abandonados.

Orós, na planície de Iguatu, Ceará, um dos maiores do mundo, com 4 bilhões de m³, construído pelo Departamento Nacional de Obras Contra a Seca – o mesmo que acudiu Nada Inocêncio – está há 30 anos sem uso por indefinição política. Afogou 200 mil hectares de terras cultiváveis e hoje irriga 77 mil hectares a 250 km de distância, consumindo três vezes mais água, quando a maior área irrigável do Ceará está debaixo dele.

 

Se houvesse uma forte modernização a elite perderia o poder, mas não o perde porque sempre dá um jeito de continuar a controlá-lo.

Celso Furtado acreditou que a partir da criação da Superintendência para o Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) a região passaria a dispor do instrumento básico para se modernizar. Na visão do economista o Nordeste, área deprimida e deprimente, precisava de investimentos para se desenvolver e reequilibrar o espaço nacional.

Mas a elite político-econômica tratou de se apropriar de mais este mecanismo de pretensa modernidade.

    A estudiosa observa que nunca se discutiu a Zona da Mata, que é úmida, com solo fértil e nem por isso tem menos problemas sociais que o sertão pernambucano.

O fracasso do projeto tornara-se evidente com menos de duas décadas de existência: enorme concentração espacial dentro da própria região e indústrias muitas vezes desconectadas da realidade regional, com capital intensivo e utilização de pouca mão-de-obra, o que gerou mais desemprego e a destruição de indústrias tradicionais.

A partir da análise de 600 discursos proferidos no Congresso Nacional entre 1946 e o final da década de 1980 a estudiosa concluiu que para os seus representantes no parlamento os problemas estão sempre fora da região. Quando eles são causados pela seca a culpa é do céu. Pela disparidade com as demais regiões e a dependência por ela gerada a culpa é apenas do Centro-Sul Maravilha.

Iná Elias de Castro previa que a entrada em cena na política regional no final dos anos 1980 de jovens como os governadores Collor de Melo, de Alagoas, e Tasso Jereissati, do Ceará, pouco ou nada iria mudar, pela dificuldade que teriam em romper o cerco das alianças político-econômicas tradicionais. Exemplo disso era o governador Miguel Arraes, que em início de carreira assumiu a vanguarda das mudanças na administração regional apoiando todos os movimentos sociais progressistas e por isso amargou mais de uma década de exílio político. De volta ao poder após a ditadura militar, para fazer algum avanço teve de fazer inúmeras concessões, a ponto de ganhar a fama de coronel de esquerda.

Um ex-governador do Rio Grande do Norte, de uma família que há meio século dividia o poder com outras duas, vê bem:

    Não dá para romper com essa situação de fome, concentração de renda e dependência do Estado, muito menos por decreto. Teria de romper antes com minhas raízes. Teria de haver uma mudança radical nas nossas atitudes como governo, elite, sociedade. Mas já estamos envolvidos nessa situação há tanto tempo que apostamos no tempo para resolver o problema.

 

   A trajetória e o triste e triste fim de Delmiro Gouveia seriam exemplar desse mesmo impasse já na passagem do século XIX para o século XX. Em 1899 ele construiu um mercado de alimentos e roupas em Recife. Comprava os produtos a pequenos fazendeiros e os vendia a preços de abafar a concorrência. Sua empreitada não durou um ano: em 1900 "as forças políticas locais mandaram incendiar o mercado", segundo testemunhos históricos veiculados pelo jornal O Estado de São Paulo.

   Decidido a colocar o Nordeste na era industrial, Delmiro Gouveia montou uma fábrica de fios e linhas de costura. Inaugurada em 1912, a fábrica baseava-se num modelo revolucionário no contexto, em que os operários trabalhavam oito horas por dia e tinham direito a folga aos domingos e a treze salários anuais, além de uma vila operária que quatro anos depois tinha 256 casas, quatro escolas e atendimento médico. O empresário foi morto em 1917, segundo uma versão corrente, por capangas contratados por uma forte concorrente inglesa que acabaria por apossar-se da sua empresa. Como do caso só restaram indícios há entre os historiadores quem defenda também que o crime nada teve a ver com disputa de mercado. De todo modo, entre "forças políticas" da velha guarda e pontas-de-lança do imperialismo inglez cujos interesses eram questão de Estado, sua saga tornou-se emblemática dos tremendos obstáculos que até o século XXI cada desafio ao Establishment desses "sertões" bravios em tentativas de introdução de novas dinâmicas numa estrutura ancilosada teria de superar. 

 

...


A tradição de violência nas mais altas esferas do poder político e econômico no Nordeste reproduziu-se da forma bombástica a nível nacional, em pleno governo federal, na chamada República de Alagoas-Casa da Dinda, com a oligarquia dos Collor de Melo, que nem bem nasceu e pereceu, mais o clã dos irmãos Farias, réplica grotesca dos irmãos cara-de-pau (The Blues Brothers, dos manos Belushi) mas com um toque a mais de humorismo caricatural que era a própria semelhança física e a mesma imagem patusca dos irmãos.

A Casa da Dinda é uma réplica da casa-grande de neocoronel enquanto Maceió ao longo da década de 1990 torna-se a capital brasileira da violência policial e política.

 

Natural de Alagoas o cineasta Carlos Diegues traduziu nos anos 1990 o que via e sentia havia mais de meio século:

No Brasil há uma reprodução da economia do engenho do açúcar do século passado. São quatro ou cinco famílias que comandam as mentes de 150 milhões de brasileiros das varandas de suas casas-grandes, que são as nossas mentes.

Pior que isso é que com o escândalo do presidente ampliou-se para uma escala quase continental uma prática decorrente dessa situação que até então se mantivera mais ou menos encoberta sob o manto negligenciador de etiquetas arquetípicas do mandonismo no Nordeste como cultura escravocrata, coronelismo e cangaço, e que se resume à bandidagem mais vulgar.

   

Após a queda de Collor, como de hábito em qualquer história de máfia, a bruxa continuou a rondar a República de Alagoas e o clã PC Farias, com a morte da rainha-mãe Leda Collor por limite de idade, da mulher de PC, Elma Farias, de ataque cardíaco, de Pedro Collor – o benjamim denunciante do esquema PC – e finalmente do próprio PC Farias em junho de 1996.

PC tinha já sido condenado a sete anos de prisão por crime de falsidade ideológica e dizia-se que à época do seu esfriamento estavam em curso ou em fase de instrução 156 processos contra ele.

O tesoureiro da campanha à presidência de Collor de Melo, que desaparecera depois de condenação, reapareceu ao vivo de Londres no Jornal Nacional da Rede Globo e foi preso em Bangkok, de onde voltou para a cadeia antes de se beneficiar de um habeas corpus e ser morto com a namorada, Susana Marcolino, numa noite de sábado para domingo em sua villa no bairro das Mangabeiras em Maceió.

Por puro descaramento os investigadores da polícia deram ênfase à tese de crime passional seguido de suicídio por parte de Susana.

PC vivia cercado por cinco seguranças – quatro deles gorilas da PM em cena explícita de bico.

 

Logo se descobre que investigadores destruíram eventuais provas de crime durante a perícia que durou apenas duas horas. O deputado-irmão de PC Augusto Farias apressou-se em mandar incinerar o colchão e móveis do quarto. A arma que matou PC era da PM e teve 15 donos em menos de um ano.

Duas dezenas de indícios jogaram por terra a hipótese de crime passional.

Terá sido sim queima de arquivo ou briga na divisão de um butim dos mais gordos. A essa altura o seu patrimônio, que para a Receita Federal era de apenas US$30 milhões, poderia ascender a um bilhão de dólares, segundo a Justiça.

O tesoureiro chefiou um esquema que entre 1990-1992 cobrava propinas por tráfico de influência e que ruiu com denúncias de Pedro Collor, supostamente por despeito – assédio do irmão mais velho à sua mulher, que pela bela cara, a gracinha y otras cositas rapidamente se transformaria num fenômeno de mídia e secretária de Turismo das Alagoa.

    O caso PC tem todos os ingredientes de uma história barata de clã mafioso à italiana. Tratando-se de Brasil chegou-se a pedir interpretações do pastelão a noveleiros.

 

Collor voltou a Brasília como senador eleito em 2007.  

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         C O R O N E L I S M O  E L E T R Ô N I C 0

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DADOS DE 2009 INDICAM QUE, EMBORA A CONSTITUIÇÃO DE SEU PAÍS PROÍBA SEMELHANTE COISA, CERCA DE 300 PARLAMENTARES, GOVERNADORES E PREFEITOS BRASILEIROS SÃO DONOS OU SÓCIOS DE EMISSORAS DE RÁDIO E TV, ENCOBRINDO A INFRAÇÃO ATRAVÉS DO USO DE LARANJAS (NO MAU SENTIDO DA EXPRESSÃO, QUE SÓ BRASILEIRO ENTENDE), MUITAS VEZES MEMBROS DA PRÓPRIA FAMÍLIA. TODO MUNDO SABE E DIZ ASSIM MEMO: O CANAL DO ACM (DEUS O TENHA), DOS SARNEY, E PORAÍFORA

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Presididas pelo ex-presidente deposto, as Organizações Arnon de Melo (por parte de mãe) controlam os principais jornal, rádio e TV das Alagoa. Se aos antecessores era conferido na forma legal, o poder dos novos coronéis é exercido a partir do controle da mídia. Via de regra os esquemas de sobrevivência dos clãs baseiam-se em fábricas de engarrafamento de Coca-Cola e controle privado e para-oficial de rádios e TVs, que são concessões públicas. Quase todos os clãs mudernos do tempo da ditadura controlam retransmissoras da Rede Globo, as de maior audiência. É o chamado coronelismo eletrônico.

Cacique-mor da política baiana por 30 anos e um dos grandes caciques da política brasileira em grande parte por ter sido um dos homens de confiança do regime militar, Antônio Carlos Magalhães foi um dos poucos ministros que se manteve no cargo do princípio ao fim do governo da chamada Nova República, chefiado por José Sarney, outro nordestino que consolidou seu poder local e sua influência nacional apoiando a ditadura.

No governo de transição da ditadura para a democracia ACM acabou por ser o fautor da prossecução da política de compadrio de governos mais e menos recentes, sobretudo quando coube a ele negociar com parlamentares o apoio ao aumento do período de mandato de Sarney de quatro para cinco anos.

Um dos principais objetos de troca foi o das concessões de canais e frequências de rádios e TVs, a cargo do ministro ACM, das Comunicações.

Nos cinco anos de governo o ministro autorizou mais de 1800 concessões, e para se ter uma idéia do que isso significa bastaria reter que nos quarenta anos anteriores foram atribuídas menos concessões que no quinquênio do seu reinado em Brasília. Não admira que, além de líder inconteste da política baiana, com fortíssima influência direta ou através de mandatários sobre três quartos das prefeituras estaduais, no decênio seguinte ACM tenha sido um dos políticos mais influentes no cenário nacional. Face a ele todos tinham de se curvar.  

O povo ignaro come o que lhe servem e é vítima do que (não) vê.

Ninguém se apercebe que toda notícia é filtrada pelo interesse do dono da manada, o dono da voz, que é a voz do dono.

    Não ter TV retransmissora do sinal da Rede Globo, emissoras de rádio e jornal era exceção entre os clãs do Nordeste até a ascensão de Lula e do PT: os Sarney no Maranhão, famílias de Antônio Carlos Magalhães na Bahia e Arnon Collor de Melo em Alagoas, os Francos em Sergipe, Jereissatis no Ceará.

    Segundo denúncias o ex-presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, manteria com o ex-deputado João Lyra uma sociedade detentora de dois jornais e uma emissora de TV. Sua absolvição em dezembro de 2007 em processo por quebra do decoro parlamentar por operações ilegais no setor da comunicação social foi atribuída ao fato de um quarto dos membros daquela instância usarem nomes de familiares ou acólitos para ludibriar a lei que proíbe que governantes e parlamentares sejam proprietários de órgãos de informação.

    Sarney é hoje (2010) tida como a mais antiga oligarquia política do Brasil. O clã deu muito que falar também em 2009. Jackson Lago, adversário da família que há quase meio século desmanda no Maranhão como as das capitanias hereditárias e um dos dois únicos governadores eleitos no estado fora da órbita de influência do clã no entretempo, teve seu mandato suspenso pelo Tribunal Superior Eleitoral por desmandos na campanha eleitoral de 2006.

             Se há coisa que - digamos - metade da população maranhense deplora é o clã Sarney, mas não moveu palha pela permanência de Lago, que em dois anos não fez nada de mais sonante além de nomear 23 parentes para cargos do governo, segundo levantamento da imprensa brasileira.

    O governador deposto foi substituído por Roseana Sarney, filha do ex-presidente da República e capo do clã, José Sarney. E é a terceira vez que ela comanda o estado com o pior índice de desenvolvimento humano (IDH), uma das piores taxas de analfabetismo (21,5%, o dobro da média brasileira), a segunda mais alta taxa de mortalidade infantil (39 bebês em cada mil nascidos, só superada pela de Alagoas), uma das piores taxas de domicílios com acesso à rede de esgoto (12,5%, quando a média brasileira é de 70%) e o maior índice de população classificada de miserável (64%) do Brasil.

    Entre as propriedades da família Sarney estão quatro emissoras de TV (associadas à Rede Globo), 17 de rádio e um jornal diário. O clã do maior aliado dos Sarney no Maranhão, o ministro das Minas e Energia do governo Lula Edison Lobão, é dono da emissora de TV associada à rede SBT.

    José Sarney é chamado por parte da mídia impressa brasileira como o último dos coroneis brasileiros (talvez só no sentido de coronel à moda antiga). Quando se dava a troca de comando em seu feudo o ex-presidente, que pela terceira vez presidia o Senado Federal de Brasília, era também acusado entre outras coisas de nepotismo em mais um grande escândalo político brasileiro. Em julho de 2009 tudo indicava que Sarney seria o quarto presidente da - digamos - Câmara Alta do Legislativo do país a ser afastado por falta de decoro parlamentar na última década e meia (os três afastados foram Renan, Calheiros, Jader Barbalho e Antônio Carlos Magalhães, todos representantes das regiões norte e nordeste do país). "A rendição do último coronel" - foi o sonante título da primeira edição de agosto da revista veja, de São Paulo, quando a queda era certa. E que não se confirmou porque o ex-presidente que se recusou a transmitir o cargo ao sucessor, Fernando Collor de Melo, que o chamara de ladrão, agora acolitado por elle mesmo e por Renan, Calheiros, é figura de proa do PMDB, o partido com maior representação parlamentar do país e sustentáculo do governo de Luís Inácio Lula da Silva e de seu sonho de prolongar por mais quatro a oito a doze e dezesseis e... anos a governança de seu Partido dos Trabalhadores, PT, que após quase oito anos de pudê vai ocupando sempre e cada vez mais o espaço do antigo e do novo coronelato com as mesmas velhas&novas formas de coronelismo. De voto de cabresto ou dentadura, de jegue ou por via eletrônica ou cibernáutica. Mutatis mutandis, até Lula e o PT, como se previa (porque até prova em contrário política é assim mesmo), só mudam o conjunto habitacional na fachada.    

 

Em Alagoas faz-se justiça com as próprias mãos desde que há quase 500 anos o bispo Sardinha foi parar na panela dos caetés - desdenhou o então governador Geraldo Bulhões por alturas do esfriamento de PC Farias, quando protagonizava um terrir movie de desmando e incompetência que levou seu estado ao caos administrativo e policial.

A crise alagoana dos anos 1990 teve aspectos de uma tragédia populista nordestina emulada pela oligarquia da cana, habitual financiadora de políticos.

Quase metade dos trabalhadores em Alagoas ganhava até 40% de um salário mínimo, que era de R$100,00.

O índice de mortalidade infantil era de 80 em mil em 1997 – a mais alta taxa do país.

Por ocasião da morte de PC Farias o telefone do IML de Maceió estava cortado por falta de pagamento.

Preocupado com o caixa da campanha presidencial de 1989 Collor, cuja fama como caçador de marajás do funcionalismo público alagoano já dera a volta ao mundo, fez acordo com usineiros de cana dando-lhes créditos fiscais sob o pretexto de ressarcimento por cobranças indevidas de impostos – um dos mais monumentais logros da história do país, segundo a imprensa da época.

Enquanto isso a economia canavieira no Nordeste e alhures continua baseada em esquemas do regime de plantation, com acúmulo de capital via isenções tributárias, dinheiro barato e calote nos bancos oficiais. Empréstimos milionários jamais pagos sustentam as usinas de São Paulo a Alagoas.

Com Bulhões no poder e Collor já afastado dele e em Miami os gastos com o funcionalismo em Alagoas superavam a arrecadação estadual em 40% mas faltavam médicos nos hospitais. Ao longo de um século e meio não se registrou um caso de cólera mas ela voltou e matou 330 pessoas em 1996, quando só 8% da população tinham acesso à rede de esgoto e só 50% a água tratada.

Dados de 1993 revelavam que em mais de três quartos dos 600 assassinatos cometidos em Alagoas no ano anterior houve a participação comprovada de 850 policiais militares, mas apenas 120 foram processados e só 30 julgados e condenados. Entre as vítimas, trabalhadores e líderes rurais, políticos, religiosos, advogados, profissionais liberais, policiais e quatro delegados.

A Polícia Militar estava em conflito aberto com a Polícia Civil, com vítimas fatais dos dois lados. A PM transformara-se em central do crime de aluguel através de esquadrões da morte ligados ao sindicato do crime, que inclui fazendeiros, políticos e pistoleiros do interior.

O seu comandante era acusado nomeadamente de pôr efetivos policiais a serviço de empresários e políticos aliados do governador Bulhões, entre eles PC Farias.

Filhos e a mulher do governador, Denilma, envolviam-se com frequência em confusões que terminavam em delegacias. Denilma respondia a três inquéritos da Polícia Federal, um deles por exibir na TV uma pistola importada de uso proibido para quem não tinha licença de porte de arma.

Seus filhos foram acusados de desvios de verbas públicas e desacato à autoridade após episódios de troca de tiros entre irmãos e namoradas.

 

O menor estado brasileiro, Sergipe, varou os anos 1990 como exemplo padrão de reduto do velho conservadorismo nordestino com o selo da extinta Arena, o partido de sustentação da ditadura militar de 1964-85.

    Em Aracaju não havia até há poucos anos quem entre os mais ilustrados não contasse o mote. Pergunta a e resposta do capo famiglia Albano, ex-presidente da Confederação Nacional das Indústrias e ex-governador do estado, com pano rápido:

    - O senhor é de Sergipe?

    - Não, senhora, Sergipe é que é meu.

Como os Jereissatis no Ceará – cujo patriarca era o maior importador do Brasil de casimira, linho e lã - os Francos de Aracaju têm uma fábrica de engarrafamento de Coca-Cola. Além disso moem farinha de mandioca e como os Jereissatis e outros clãs da oligarquia muderna controlam uma cadeia de rádio e TV – como as rádios concessões públicas cujo direito de exploração é adquirido por políticos em barganhas de votos com o Executivo em Brasília.

 

Os Maciéis (do ex-vice-presidente Marco Maciel), de origem portuguesa, estão de uma forma ou de outra há 180 anos no poder e chegaram a governar Pernambuco cinco vezes, sendo considerados um exemplo-padrão de resquício da elite mais antiga, hábil e fechada do país, forjada na cana e irrigada por subsídios dos cofres públicos há mais de quatro séculos.

Encontram-se traços de dominação feudal e escravidão já nos arredores de Recife e dentro da própria cidade, na miséria estampada no próprio nome da favela Brasília Teimosa e na grande quantidade de jovens entregues à indústria do turismo sexual.

A expectativa média de vida – ou taxa de sobrevivência, como chega a ser chamada mesmo pela grande imprensa nacional –, de 46 anos, é mais ou menos a mesma do resto da região e de Angola, um país africano que por 30 anos foi palco de guerra civil.

Belas cidades como Recife – a quarta cidade com pior qualidade de vida do mundo, segundo levantamento do final do século XX do instituto norte-americano Population Crises Committee - refletem a quase absoluta indigência de mais de metade dos 50 milhões de nordestinos. Chico Science leu, digeriu bem e disse ao lançar o mangue bit: Na imagem de Josué de Castro somos caranguejos com cérebro, como os pescadores que ele descreveu em Homens e Caranguejos. Eles pescam e comem caranguejos para depois excretá-los num ciclo caótico. O ciclo dos caranguejos.

Prefeituras do interior pagam apenas cem reais de salário a funcionários.

Por falta de empregos na agricultura, única atividade econômica na região, um terço dos habitantes do Vale do Jequitinhonha, vizinha e muito aparentada com o Nordeste devido ao desmatamento acelerado provocado pelo boom da indústria siderúrgica em Minas Gerais no último meio século, migra oito meses por ano para o interior de São Paulo para trabalhar no corte de cana.

O menor salário municipal na região em 1996 era de cinco reais. O maior era o do prefeito, R$2050,00. Abaixo dele todo mundo ganhava R$48,00 - o salário mínimo municipal.

 

Nos dez anos de gestão da dobradinha Tasso Jereissati-Ciro Gomes o Ceará foi o balão de ensaio de uma dinâmica político-administrativa que mudou a própria imagem do estado, embora no fundo, de tão sofrível, sua realidade tenha mudado muito pouco. Benefícios fiscais a empresas atraíram centenas de indústrias de calçado e confecção, o governo equilibrou as suas contas e o estado entrou numa fase de crescimento acelerado para a média nacional (entre 1987 e 1995 o consumo de eletricidade dobrou), índices de pobreza em queda e sem notícias de envolvimento em escândalos, como chegava a alardear a grande imprensa. Com a imagem relativamente limpa e investimentos da ordem de um bilhão de dólares a indústria de turismo foi a que mais cresceu.

Tasso Jereisssati elegeu-se pela primeira vez aos 38 anos, ao que se disse à época pondo fim a 20 anos de coronelismo. Mas o próprio fato de conseguir ser o líder de um partido cuja atitude padrão até chegar ao poder com Fernando Henrique Cardoso foi a de se manter em cima do muro dá uma idéia de como, no Brasil como de resto também alhures, continua a vigorar a lei de Lampedusa pela qual deve-se mudar sempre para que tudo continue na mesma. Predomina – como dá bem conta a ascensão & ascensão de Lula – a política de conciliação vigente desde os tempos coloniaes, com o melhor espírito de convivência e cooperação entre o que se poderia chamar – à falta de melhores substantivos nominais – de coronéis de direita e caciques de esquerda. Ou vice-versa.

   

O Nordeste forneceu estampas de políticos tão vexatórias como o populista Tenório Cavalcanti, o Homem da Capa Preta, que se formou e ascendeu num dos maiores redutos de retirantes nordestinos, a Baixada Fluminense. Do Lula líder sindical que catalisou a crença na mudança revolucionária tendo por base o mesmo pasto de messianismo endêmico que fez de Collor de Melo um salvador da pátria ao que ascendeu à presidência em 2002 uma parcela considerável de crentes talvez tenha aprendido que não se vive só de promessa.

A grande maioria porém ainda acredita em santos e que ao vê-lo de muito longe lá no Planalto está olhando para o retirante carismático cuja cara, às vésperas da fundação do PT, era posta em estandartes ao lado da de Jesus Cristo.  

    ...  

 

RESINA RESINA RESINA SINA triste Teresina Tristeresina

Torquato Neto - Rio de Janeiro, outubro de 1972 Fotos: Maurício Cirne

in Torquato, neto OS ÚLTIMOS DIAS DE PAUPÉRIA

organizado por Ana Maria Silva de Araújo Duarte e Waly Salomão

2ª edição revista e ampliada Editora Max Limonad Ltda. São Paulo 1982

  

Bangue-bangue também

no quarto dos fundo 

     Com o bando de Lampião terminou a era do cangaço mas até hoje não é difícil encontrar pistoleiros no Nordeste dispostos a matar por encomenda. O custo da mão-de-obra depende da importância da vítima. Há quem mate por 300, 400 reais. Não só no Nordeste. Um dirigente sindical foi morto em Brasília em 1995 em troca de menos de dois mil reais.

   No Ceará um matador de aluguel gabava-se há pouco tempo de ter matado 42 pessoas em onze anos.

 

Política é sinônimo de bangue-bangue Nordeste afora e nas proximidades hoje como no tempo das diligências.

No sul do Piauí coronéis normalmente resolvem pendengas políticas a bala com frequente colaboração de pistoleiros de aluguel. Dois prefeitos foram mortos em um ano entre Redenção de Gurguéia e Teresina.

Entre os mais de uma dezena de casos de assassinato de prefeitos e deputados estaduais registrados na região entre os anos 1970 e 2000 a maioria foi cometida ao que se supõe a mando de adversários políticos derrotados em eleições pelas vítimas. Um deles foi supostamente cometido por um dublê de vereador e delegado de polícia.

    O Cisco de Redenção Kid é Ciço Branco e a regra é a impunidade. Ciço chegou a ter a prisão preventiva decretada. Mas foi posto em liberdade, assumiu o mandato e cinco meses depois saiu da prefeitura para a cadeia pelo assassinato de um PM numa briga de bar em Teresina. Ele e seus jagunços deram 18 tiros de metralhadora no guarda.

Na região conhecida como Bico do Papagaio, entre o Maranhão, Piauí e Tocantins, mata-se pelo preço de um jantar.

    Volta e meia a região ocupa espaço nos noticiários internacionais. Brigas entre madeireiras e posseiros de terras, que assumem grande importância política numa zona em que a Floresta Amazônica já foi quase toda devastada, fizeram mais de mil vítimas desde os anos 1980.

 

Em Belém do São Francisco, no chamado Polígono da Maconha, ao longo da divisa de Pernambuco com a Bahia, os Benvindos e os Gonçalves, duas famílias pobres, protagonizam há décadas uma rixa sangrenta ligada a controle de terras que nas últimas décadas  passaram a ser usadas como plantações clandestinas de maconha. Cerca de 40 membros das duas famílias morreram na interminável refrega.

Os Gonçalves orgulham-se da origem portuguesa. Os Benvindos são negros que acreditam descender de sobreviventes do Quilombo de Palmares.

Em Floresta, na mesma região, a briga é entre os Novaes e os Ferraz.

Entre brigas por posse de terra, racismo, disputa política e suspeita de adultério cerca de uma centena de pessoas foram assassinadas apenas em confrontos entre famílias no Polígono da Maconha no último meio século.

Em Campina Grande, no Rio Grande do Norte, a família Targino, de origem cigana, praticamente se extinguiu depois que um filho matou a mãe suspeita de adultério e homicídio.

A última sobrevivente disse que o extermínio interfamília começou com boatos espalhados por pessoas interessadas nas suas terras.  

...

 

A vendeta privada continua numa guerra sem fim no fim do mundo. E você pode se inteirar sobre a violência nos quarto dos fundo do Brasil em vários trechos da série A Fome no Mundo e os Canibais e nomeadamente nos que se referem a 

  

LULA IMAGINÁRIO EM ASCENSÃO

OU O SANTO GUERREIRO 

COM OS DRAGÕES DA RUINDADE

   

                                    Disse João Cabral de Melo Neto em 1989:

   - Lula é um severino que deu certo.

   O que diria João em 2009?     

    Com Lula na presidência da República a pequena Garanhuns, na zona da mata de Pernambuco, entrou na história do Brasil.

    Garanhuns, Caruru. Mata de canaviais da primeira monocultura da colônia lusa que com os romances do ciclo da cana-de-açúcar de Zé Lins do Rego desde há setenta anos está inscrita na história da literatura e com o discípulo de Luiz Gonzaga, Alceu Valença, da vizinha São Bento do Una, inscreveu-se na da música popular brasileira.

    Zona de fronteira entre a cultura litorânea de praias incrustadas em recifes de coral e coroadas de coqueiros e cajueiros e Ó Linda, e da cultura da seca, dos fogos de paia de seu mestre seminal em música, Lula, Lua, e das seletas páginas de Graciliano Ramos, prógono da causticidade nas letras afrolusotropicais.

    Zona da mata das seculares vidas secas de cortadores de cana de que os Lulas fugiram para tentar a sorte em São Paulo como milhões de severinos.

    Melhor sorte não poderia ambicionar ele, que quando criança só tinha farinha seca e café pra matá o bicho e que com seu carisma de líder sindical escapou por um triz do ciclo de pobreza.

             De alguém como ele era de se esperar tudo. O rompimento de séculos de exploração da maioria do povo do seu país por uma pequena casta de latifundiários escravocratas ex e neocoloniais. A inclusão do Nordeste no Brasil.

    E ele chorou.

 O primeiro transmigrante da miséria na presidência.

   Vimos a economista Maria da Conceição Tavares chorar no calor do sucesso inicial do Plano Cruzado, em 1986. Chorou Tancredo quando foi eleito pelo voto indireto. Vimos Ulisses chorar na promulgação da Constituição-Cidadã após 25 anos de luta contra a dita dura. Zélia Cardoso de Melo chorou. Todos choramos.

    Ele chorou no primeiro discurso de posse. E prometeu que no final do seu governo cada brasileiro estaria comendo três refeições por dia. Com seu governo cumprindo oito anos de mandato popular, enquanto ele ascende à Classe AA e, vá lá, uns 16 milhões à C, CD..., muitos brasileiros (entre um contingente de no mínimo 11 milhões de indigentes, segundo estatísticas correntes em 2009), ainda vão morrendo de fome ou subnutrição em vez de se banquetearem com as tais três sacramentais refeições diárias. 

...

 

                           

                            cibercordel  

 

                                       

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Euclides da Cunha & Os Sertões

               O triste e belo fim de Joana Imaginária & Antônio Conselheiro

Canudos 1897 - a guerra de Canudos

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  o grande circo místico - religiosidade no Brasil

   

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