40 anos da tragédia do Sarriá

                         do histórico scudetto da Roma de Falcão

            e do nascimento do futebol-indústria na Itália

                                                 

     5 de julho de 1982 – 14 de maio de 1983   

   1982-85 · 2022-2025

                        Falcão 
                          Zico Sócrates
                               Cerezo Júnior Dirceu
                                          Edinho  Batista  Pedrinho
                                                   Juary Elói Luvanor
                                                                                              

                   James Anhanguera

  A triste

  e bela

  saga dos

  brasilianos

                          da tragédia do Sarriá às arenas italianas

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  A triste

  e bela

  saga dos

  brasilianos

        da tragédia do Sarriá às arenas italianas

 

O oitavo rei de Roma

O Doutor Diretas 

Rebuliço na corte do rei Arthur  

Rei morto... fim da Monarquia 

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  A triste

  e bela

  saga dos

  brasilianos

        da tragédia do Sarriá às arenas italianas

 

O oitavo rei de Roma

     primeiro capítulo - décima-primeira parte 

                                                   Edinho   

        

Zico falta ao maior rendez-vous da temporada, o derby brasiliano Roma-Udinese, num Estádio Olímpico abarrotado em que seu time é vítima de uma tarde memorável dos anfitriões brasileiros. Mas de algum modo o camisa 10 de Udine “encarnou” em Edino Nazareth Filho, líbero do Friuli cujas prestações acima da média são obscurecidas pelo fulgor do colega: aos 20 minutos de jogo Edinho mima Zico numa cobrança de falta e faz 1 a 0. Dez minutos depois, em excelente forma física e técnica, Falcão, de cabeça, empata a partida, que transcorre em clima de ebulição crescente, com o placar mantendo-se inalterado até os 23 minutos do segundo tempo, quando Cerezo faz o segundo gol da Roma e despoleta nova explosão de alegria.

              Foto Briguglio   Guerin Sportivo   

 

    Esse minuto do jogo é um dos momentos inesquecíveis do campeonato. Quase em simultâneo ao gol de Cerezo, no Estádio Bentegodi, de Verona, Giuseppe Galderisi coloca o time da casa em vantagem contra a Juve, que abrira o placar aos dois minutos através de Platini e sofrera o gol de empate aos cinco do recomeço. No intervalo a Roma estava a cinco pontos da Juventus. Em poucos minutos vê a diferença cair para dois pontos a sete rodadas do fim e, tomada de entusiasmo, desfecha mais dois gols no adversário da tarde, saindo de campo candidata ao bi.

 

 

               

 

     Disputada em 1º de abril de 1984 a 25ª rodada também ficará na história. Uma lesão no joelho esquerdo provocada por um choque com o médio interista Giuseppe Baresi impede a volta de Falcão para o segundo tempo do Roma 1x0 Inter e mais uma vez os romanistas vêem como o seu armador é importante: a Roma só ganhou porque Tancredi defendeu um pênalti a 20 minutos do fim do jogo.

   

     Com nova gerência e Rummenigge pintando na praça a Inter continua vivendo o  péssimo ambiente da época da passagem de Juary pelo time: o de resto afável Alessandro Altobelli pregou um tapa na cara do alemão Hansi Muller em pleno gramado de San Siro numa gara de campeonato. O tapa soou pior porque Sandrino é o jogador que mais protesta contra a abertura à utilização de três estrangeiros por cada equipe a partir de 1986. Em Milão para a assinatura do contrato e as inspeções médicas da praxe Rummenigge garante que entre tantas estrelas concorrentes ao posto Hansi Muller ainda é o seu preferido como parceiro straniero na próxima temporada.

     Mas a imprensa garante: o novo boss da Inter não só reabriu o dossiê da contratação de Falcão como pelo sim pelo não continua atrás de Sócrates. O Doutor está vivamente empenhado na campanha em prol das eleições diretas para presidente da República no Brasil, que após 20 anos de ditadura vive grande ebulição política, com o povo em massa nas ruas exigindo Diretas-Já num carnaval cívico pela democracia.

     No auge da campanha Sócrates declara que se a emenda Dante de Oliveira não for aprovada irá exilar-se, o que só faz aumentar o zum-zum-zum em torno da sua vinda para a Itália. Wagner Carelli, da Folha de São Paulo, verá na declaração um descarrego de má consciência do mais lídimo representante da geração de jogadores ‘conscientes’ com preconceito em relação à bolsa, mercenários de talento que, vendidos pelo melhor lance, logo se deterioram.

 

            

 

     Liedholm não ficou nada satisfeito com a pomposa goleada da Roma na Udinese em simultâneo com a derrota da Juve em Verona. Uma e outra colocaram a Roma de novo na senda do título, o que poderá desviá-la do que - mais que principal - deverá ser seu único objetivo na temporada - a conquista da Copa. Mas o destino corre em seu auxílio. Ou ele vai ao encontro dele...

     A quatro rodadas do fim do campeonato o Roma-Juventus é aguardado com uma expectativa sem precedentes, sendo tema de discussão ao longo de toda a semana em órgãos de informação, bares, praças, esquinas e locais de trabalho. Os jornais publicam páginas e páginas de opiniões sobre a peleja de toda a espécie de gente famosa, do país e do exterior, de onde chegam 60 jornalistas para cobrir o evento. O canal 1 da RAI transmite na véspera em horário nobre um debate entre o flautista Severino Gazzelloni, inflamado torcedor romanista, e o secretário-geral da central sindical comunista Luciano Lama, sereno torcedor do tim da Fiat. Todas as atenções estão voltadas para o Estádio Olímpico, onde os ingressos estão esgotados há dez dias. A partida concentra e extrapola as emoções de oito meses de temporada futebolística. A renda de 800 mil dólares é recorde na capital.

     E é um espetáculo grandioso, com as arquibancadas inflamadas da Curva Sul à Curva Norte, todo o estádio vibrante de cor, cânticos e gritos de incitamento aos campeões, embora os torcedores não contem com sua peça-chave e seu maior ídolo, lesionado há duas semanas. Milhares de balões amarelos e vermelhos elevam-se do mar de bandeiras, faixas e fumaça colorida quando as equipes adentram o campo.

      A maior ovação da tarde vai para o anúncio da inesperada escalação de Falcao, mas causa espanto a exclusão do capitão Agostino Di Bartolomei, segundo Liedholm para dar mais mobilidade ao meio campo. Trapattoni apresenta uma escalação ainda mais retranqueira do que é hábito, com o meia Prandelli no lugar do atacante Penzo e Rossi sozinho no ataque, e o jogo é ruim demais.

     Repetindo o erro da partida de ida da semifinais da Copa dos Campeões Europeus contra o Dundee United a Roma baseia suas jogadas de ataque em lançamentos longos e altos sobre a área adversária, onde sempre encontra a cabeça de Brio, imbatível nas alturas. Vence o catenaccio de mister Trap. Como explicar que Liddas tenha posto Di Ba no banco e feito a defesa jogar com cinco homens contra uma Juve mais retranqueira que nunca?

     Para o zagueiro juventino Bonini o empate a zero equivale a 99% do campeonato. Para o sempre altivo Platini significa apenas mais um ponto, mas a Juventus mantém a distância de três pontos em relação à Roma e praticamente garante o título.

 

 

 

     25 de abril de 84. Dia de rara expectativa no Brasil em relação ao futuro político do país, com um tremendo buzinaço de alerta para que no Congresso deputados e senadores votem certo. Feriado na Itália, que comemora a libertação do jugo nazista. Roma vive ansiosa o passa-não-passa da Copa dos Campeões. Às bandeiras tricolores penduradas nas janelas na comemoração do dia da libertação somam-se estandartes amarelo-vermelhos da Roma e verde-amarelos do Brasil.

    Como todo time britânico o Dundee United, da Escócia, o adversário das semifinais, joga com igual disposição fora como em casa. A Roma perdeu o jogo de ida por 2 a 0 e precisa vencer por três gols de diferença. A defesa romana não está muito segura mas o meio campo, sob a direção do imprescindível número 5, forma um quadrado perfeito e o duo de ataque é um assombro, com Ciccio Graziani - sempre muito esforçado em todo o terreno de jogo - e Roberto Pruzzo extravasantes. O centroavante faz dois gols e dá origem ao terceiro, ao receber um lançamento perfeito de Cerezo e driblar o goleiro MacAlpine, obrigando-o a fazer falta, pênalti que Di Bartolomei transforma, fechando o placar. A Roma disputará pela primeira vez, em casa, a Copa dos Clubes Campeões Europeus.

 

 FotoReporters 81   Guerin Sportivo

            

 

     Festa em Roma, desconsolo no Brasil com a derrota da emenda das diretas, e dois novos assuntos em pauta na Itália: que futuro para o Brasil e que futuro para Sócrates, que após a votação confirmou pretender exilar-se do Brasil por pelo menos dois anos.

     Seu nome volta a circular com insistência como pretendente  - embora ao que parece um pouco menos pretendido - a um lugar no calcio na próxima temporada. Sua vinda era dada como praticamente certa há poucos meses e a principal interessada era a Internazionale, que busca reforçar o time para voltar à ribalta do fut internacional. Mas as incertezas do próprio toque de calcanhar das diretas acabaram por demover o clube da idéia de contratá-lo. O Napoli comprou o direito de opção do seu passe ao diretor esportivo da Udinese, Franco Dal Cin, que lhe teria proposto um contrato ao seu estilo, com a participação de empresas em troca de publicidade. Mas, segundo a imprensa, com a permanência do time na Serie A ainda em dúvida os napolitanos deixaram expirar o prazo de compra e perderam o direito de opção.

 

     O general-manager da Udinese, Franco Dal Cin, demite-se do cargo e desencadeia mais uma fase da telenovela em torno dos tortuosos desígnios da Udinese e do seu principal astro, Zico. Dal Cin é chamado o mago, título italiano da telenovela O Astro, com Francisco Cuoco e Dina Sfat, em exibição na Itália. Ele esteve a um passo de ser nomeado diretor esportivo da Internazionale. Porém, antes de assumir a presidência da Inter Ernesto Pellegrini fez um teste com a antiga glória do time Sandro Mazzola, confiando-lhe a missão de convencer Rummenigge a jogar em Milão. Mazzola convenceu e ficou com o lugar.

     Dal Cin assumiu a direção esportiva da Udinese em 1976 com plenos poderes administrativos. Em apenas três anos levou a Udinese da Terceira à Primeira Divisão. Equivocou-se com a compra de Orlando mas com uma tão audaciosa como inovadora política de aquisições seu plano de formar una squadra da scudetto a partir da compra do barão Franco Causio, hoje com 34 anos mas ainda em grande forma, dos jovens promissores Mauro e Virdis e de Edinho e Zico não parecia tresloucado.

     A contratação de Zico poderá não ser a mais cara do futebol mas ficará na história também pelo rebuliço que causou: interpelações parlamentares de senadores e deputados do Friuli sobre o polêmico decreto do presidente da Liga de Clubes de abreviar o período de compra de jogadores; reunião na Prefeitura de Udine de parte da classe empresarial e política da região, que delegou ao atual ministro do Trabalho, Vincenzo Scotti, a tarefa de apelar ao ministro dos Esportes e Espetáculos para que convencesse Matarresse a homologar o contrato; intervenção do dirigente sindical Luciano Lama - pelo cargo que ocupa ou por ser juventino? -; enfim, intervenção do próprio presidente da República.

      Após a demissão de Dal Cin os tifosi alvinegros voltaram a agitar-se e reuniram 200 mil assinaturas - quase o dobro da população da capital friulana - num documento em que exigem a demissão do presidente Lamberto Mazza, que não é do ramo: até assumir o cargo, por pressão do empresariado local, quando o anterior presidente renunciou, assistiu a apenas um jogo de futebol. Além disso Mazza teve de abdicar da presidência da Zanussi para que o contrato de Zico fosse homologado. Quando Dal Cin informou-o da intenção de demitir-se Mazza disse apenas: no seu lugar eu não faria o mesmo. Consumada a demissão declarou: ninguém é insubstituível. Parte da tifoseria de Udine  entrou em greve - a afluência aos jogos no Estádio do Friuli caiu de 40 para 25 mil - e reforçou os protestos com o lançamento do panfletos sobre o recinto de jogo exigindo a renúncia do presidente.

       Lamento porque também sou seu amigo, disse Zico ao saber da renúncia de Dal Cin que, aliado ao poderoso empresário italiano Lamberto Giuliodori, continuará dando as cartas no calciomercato.

 

                                        A seguir, cenas do próximo capítulo.

 

       E o próximo capítulo é a rápida reação de Mazza à demissão de Dal Cin com a contratação para a futura temporada do técnico Luís Vinício, ex-jogador de futebol mineiro de 52 anos e há 28 na Itália.

        Mazza assegurou a Vinício que irá satisfazer Zico e construir um grande time à sua volta. Segundo o técnico ambos estão já trabalhando para a compra de jogadores da futura formação, embora tudo tenha de ser feito com muita delicadeza, porque o técnico efetivo do clube ainda é Enzo Ferrari. Ano que vem a Udinese será um time diferente, muito melhor do que este ano, apesar de todas as dificuldades com que nos deparamos no mercado de jogadores italiano, assegura Vinício, satisfeito com a perspectiva de finalmente poder trabalhar com jogadores de primeiro plano:

        - Acho que não vou ter dificuldades com eles. Espero é que me ajudem em meus esforços para ser bem sucedido.             Vinício veio para a Itália em 1955. Estreou no 7 de Setembro de Belo Horizonte, de onde se transferiu para o Botafogo, onde ficou cinco anos. Jogou em Roma e Turim numa digressão dos alvinegros à Itália e foi contratado pelo Napoli, com que se tornou o maior artilheiro da história da cidade, onde é venerado como um ídolo.

       Após cinco ótimos anos no clube transferiu-se para o Bolonha e depois jogou no Vicenza e na Inter de Milão, onde encerrou a carreira aos 37 anos de idade. Sua lida de técnico começou no time juvenil do Napoli, a que regressaria como treinador da equipe principal, em que permaneceu por mais cinco anos. Treinou também Lazio, Avellino e Pisa, que deixou há poucas semanas, após uma estada de dois anos, por desentendimentos com o presidente Romeo Anconetani.

      Os segundo e terceiro lugares no campeonato obtidos em Nápoles na década passada deram-lhe muito boa reputação como técnico mas ainda assim Vinício vive mudando de clube, ao que diz não em função de insucessos mas por problemas com os cartolas.

       - Isso me causa amargura, porque tenho sido obrigado a me afastar deixando times totalmente feitos por mim.

       O caso mais recente foi o Pisa, que salvou do rebaixamento há menos de um ano. Não renovou o contrato por problemas de saúde mas voltou em dezembro, quando o time já estava em situação desesperada. Com ele os toscanos conseguiram novamente conquistar uma posição de certo modo tranquila. Até que durante um jantar na concentração Anconetani - um dos personagens mais polêmicos do futebol italiano -, alheando-se da sua presença, decidiu repreender os jogadores.

       Na mesma noite Vinício abandonou o hotel e foi para sua casa em Bolonha, onde tem uma confecção de roupa feminina.

      - Anconetani é um desses dirigentes italianos incapazes de diálogo. Grita para dizer o que pensa e não dá possibilidade de resposta. Os jornais tomaram o meu partido porque eles sabem que sou coerente e que não estou disposto a fazer papel de joão-bobo.

 

     Recém-chegado do Brasil Zico regressa em excelente forma após cinco semanas de ausência justo para o embate Juventus-Udinese, que a dona da casa vence por 3-2 e em que o Galinho faz um gol.

     No domingo seguinte Platini deixa sua marca no Inter 1x2 Juve - que venceu os dois derbies com as milanesas fora de casa - mas Zico responde à altura num Udinese 2x0 Lazio todo brasiliano: o Galinho abre o placar e Batista faz contra desviando chute de Edinho. O resultado final do campeonato a dois fica em 20 gols em 28 jogos para Platini e 19 em 24 partidas para Zico. O francês é artilheiro pela segunda vez, com mais cinco tentos apontados que no campeonato passado.        Avellino, Genoa, Lazio, Napoli e Pisa, no desespero e separados por apenas três pontos, fazem um excitante torneio de vida ou morte.

     A Juventus sagra-se campeã a uma rodada do fim, conquistando o vigésimo-primeiro scudetto em 80 campeonatos italianos e o quinto nos últimos oito, contra 12 em toda a história da Inter, dez do Milan e nove de Genoa e Torino. Reinado devido ao stile Juve, baseado numa organização impecável, alicerçada no poderio econômico da família Agnelli, e numa excepcional escola de futebol e de vida, segundo o seu ex Franco Causio.

    Absoluta no plano interno, até aqui a zebrona conquistou apenas uma Copa Uefa (1977), a que juntará a Copa de Vencedores de Copas, ou Recopa, após final contra o Porto, de Portugal, daqui a três semanas.

    O Napoli do veterano holandês Rudy Krol e de Dirceu vence a Udinese por 2x1 e assegura a permanência entre as grandes.

    Os jogos da última rodada começaram 15 minutos mais tarde em função de um protesto contra atrasos no pagamento de salários por parte de alguns clubes, entre os quais o Catania do presidente Angelo Massimino, que faria excelente dupla com o ex e futuro presidente do Corinthians, Vicente Matheus, responsável pela compra de Sócrates ao seu primeiro time, o Botafogo de Ribeirão Preto, e que, em resposta ao assédio para vendê-lo, juntou mais uma pérola ao seu extenso anedotário: Sócrates é invendável, inegociável e imprestável!

     Hoje cavaleiro do trabalho da República Italiana Massimino ainda tem as mãos rudes de pedreiro com que subiu na vida até tornar-se presidente do Catania, em que investe parte dos lucros da sua empresa de construção civil.

     Uma das maiores diversões de Pedrinho na terra de Vincenzo Bellini - e de quantos o conhecem - é contar piadas de Massimino.

      Sorrentino, o megagoleiro - como é definido pela crítica  -, implora por um par de luvas novas e recebe resposta curta e lapidar:

       - Mas, quem é você? Wanda Osiris? (famosa vedete da TV e do cinema)

       Torcedor catanês esboça uma crítica ao time:

       - Presidente, o Catania é um beijo, uma fábula. Mas talvez nos falte o amálgama...

       - Diz-me em que time joga e eu compro imediatamente esse Amálgama!

       A esquadra enfrenta de ônibus uma viagem para Foggia. Queixa-se o treinador Guido Mazzetti:

       - Nevoeiro... nevoeiro de cortar à faca! Não prevejo nada de bom.

       - Escuta, Guido, põe dois marcadores em cima desse Nevoeiro... 

 

      Com o campeão já definido a última rodada ainda oferece muita briga pela definição dos clubes que irão disputar a próxima Copa Uefa e entre os que tentam permanecer na divisão principal e registra a terceira maior afluência de público no certame, 372 mil assistentes, menos dois mil que na oitava rodada e média de quase 47 mil torcedores por jogo.

     A média geral do campeonato é de 35 mil pagantes por espetáculo, a mais alta do mundo. 8 874 000 de pessoas assistiram aos jogos nos nove meses de certame, que registra também maior média de gols (dois por jogo), que é atribuída ao contributo dos estrangeiros de ouro. A média de aproveitamento dos stranieri, segundo a pontuação de um conjunto de jornais, é de 45%. A mais alta é a da Udinese (Edinho-Zico), com 90%, seguida da Roma (87%) e do Avellino (Geronimo Barbadillo-Ramon Diaz), com 80%.

     Bearzot queixa-se de que os estrangeiros tiram espaço de desenvolvimento e ação aos jogadores italianos, mas a maioria destes diz estar aprendendo muito com os colegas. Os estrangeiros melhor pontuados foram Platini, Zico Falcão, Brady, Barbadillo, Bergreen (Pisa), Cerezo, Edinho, Pedrinho e Dirceu. Seis brasileiros entre os dez primeiros - ótima prova de adaptação dos brasilianos ao calcio.

      O Genoa cai apesar de vencer a Juve em casa por 2 a 1. Na Arena Garibaldi, de Pisa, a Lazio empata em dois gols com o time local e assegura a permanência na Serie A, por desfrutar de vantagem no confronto direto com os rubro-negros genoveses.

      A Juventus somou 43 pontos, mais dois que a Roma, segunda classificada, que por sua vez ficou a cinco pontos da terceira, Fiorentina. A Udinese classifica-se em nono lugar, com 31 pontos, e após a partida, em clima de 1984, o presidente Mazza bota discurso no telão. Diz que só poderá manter Zico no clube se este conseguir um financiamento de sete milhões de dólares e pede a compreensão dos torcedores para o aumento de 100% no preço das cadeiras sociais.

     Antes do encerramento do campeonato a Udinese goleou o Barcelona de Maradona - mas sem o próprio, que se contundiu pela enésima vez no sábado anterior, em partida para o campeonato espanhol - e de Cesar Luís Menotti por 4 a 1, com outra excelente exibição de Zico.

  A triste   e bela   saga dos   brasilianos

O oitavo rei de Roma

O Doutor Diretas 

Rebuliço na corte do rei Arthur  

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Parece como com uma mulher. Fica-se sem saber se não se olhou bem as outras ou se só o Guerin Sportivo nos fazia ver o balé do futebol em toda sua beleza plástica.Havia outras revistas talvez mais bonitas que o Guerin. Mas nenhuma tinha fotografias com a qualidade estética do "velho" semanário bolonhês (fundado em 1912) "de crítica e política esportiva" que os jornalistas de todas as publicações ou seções de esporte de publicações de informação geral no estrangeiro consultavam nem que fosse só para ver  como se deve fotografar um esporte como o futebol, que faz com que todos os participantes se movam em total harmonia ou então em grande contraste de movimentos.Reproduzindo ao longo da narrativa de A triste e bela saga dos brasilianos algumas fotos históricas do Guerin queremos também render homenagem a um dos melhores produtos entre os muitos de raríssima qualidade com que a "douta e gorda" Bolonha encanta o mundo.

     

                    

                                                            

                           

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créditos autorais: Era Uma Vez a Revolução, fotos de James Anhanguera; bairro La Victoria, Santiago do Chile, 1993 ... A triste e bela saga dos brasilianos, Falcão/Barilla: FotoReporters 81(Guerin Sportivo, Bolonha, 1982); Zico: Guerin Sportivo, Bolonha, 1982; Falcão Zico, Sócrates, Cerezo, Júnior e seleção brasileira de 1982: Guerin Sportivo, Bolonha, 1982; Falcão e Edinho: Briguglio, Guerin Sportivo, Bolonha, 1982; Falcão e Antognoni: FotoReporters 81, Guerin Sportivo, Bolonha, 1981. E-mAIL

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