revoluciomnibus.com  James Anhanguera ERa Uma Vez A RevolUÇÃo  ...IV ERa Uma Vez A RevoluÇÃO AVANTE!

       Num primeiro momento Otelo, Victor Alves, Vasco Lourenço e às vezes Melo Antunes são os principais porta-vozes do MFA. Os políticos quase não dizem a sua, a não ser ministros, e quase em exclusivo sobre aspectos da gestão do governo no meio da balbúrdia. Quando é preciso um ponto de vista mais incisivo sobre questões político-institucionais põe-se o boneco dos homens fardados.

       Quando os focos da TV são acesos Vasco Lourenço parece um boneco de pau, hirto, ‘travado’, como dizem os brazucas, como se tivesse tomado uma anfetamina stressante. Mas dá até compaixão ver Otelo a falar com o discurso desarticulado, talvez quem sabe com o próprio raciocínio baralhado, mas a Ed e a tantos outros causa a maior simpatia, porque tornou-se o personagem-símbolo da chamada Revolução, que em Portugal se reluta já em chamar dos Cravos porque a distribuição das flores de Abril aos soldados não teria sido gesto espontâneo mas fruto do trabalho das células comunistas clandestinas na própria alvorada da democratização do país, a sair da casca. Exibe-se Otelo com o seu blusão de couro num português titubeante e raciocínio arrevesado, mas ainda assim ele tem a aura do engenheiro estratega do golpe.

       Melo Antunes, todos o dizem, era o mais político dos articuladores do Movimento. Tinha-se até candidatado a deputado pela oposição semi-consentida do Centro Democrático Eleitoral (CDE) nas eleições-farsa marcelistas de 1973.

       Mas o único homem com um projecto político claro é o do monóculo, que por mero acaso – porque não há só premeditação quando se trabalha com notícia, é claro – a Renascença obriga a tirar a máscara pela primeira vez, por coincidência por volta de 28 de Maio, data do golpe militar que redundou em 40 anos de Salazar nos costados, e a revelar-se como um dos pólos extremados nas contendas de bastidores, o responsável  por  os  jornalistas  terem  ficado  a  secar  toda  a noite  ao  relento e ao frio no quartel da Pontinha, porque ainda tentava convencer os in-subordinados a não falar em fim da guerra nas colónias, não queria que presos políticos fossem libertados do pé pra mão, fazendo questão que se mudasse apenas o bastante para tudo continuar na mesma, ó Gatopardo que nunca mais feneces! A esta altura nem se sabe muito bem, diz-se assim a modos do que vai constando que o homem do monóculo tá sempre lá, levado da breca, a tramar golpe sobre golpe e por exemplo, naquela linha revisionista que leva muito boa gente a admirá-lo, o PC muito na sua a não denunciar nada, a fazer o jogo porque o seu jogo é levar a sua avante!, a tramar nos bastidores, a alinhar com os mencheviques (porque menchevique o é?). E a Marcha do Avante! é top one na lista de êxitos de rádio e TV.

 25 antes durante depois ..............

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