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O último cenário de desenho da utopia impossível desmorona num recolher obrigatório interminável, embora de qualquer modo longe da vidinha de antes. O 25 e o que ele gerou de sublevação da ordem em muitos campos, pondo tanta coisa em questão, redundou num vácuo além das propostas de adesão à CEE e melhoria das condições de vida da população e do nosso lado numa ainda mais funda descrença no futuro tal como no-lo apresentam e uma radicalização no repúdio à ordem das coisas à boa e velha maneira, que acabou por de novo sobrepôr-se a todo o tipo de contestação, só deixando espaço à mesma atitude cáustica e céptica que nos é tão própria em relação a tudo o que se produz no circuito normal, até porque fora deste – ainda que mais ‘alargado’ – continua a não haver alternativas. Vai-se a ver só mudaram as moscas, diz-se agora ao menos a plenos pulmões se for o caso, o que também já não é pouco, MAS... O 25 pôs muita coisa em causa mas não abriu vias paralelas porque se a sociedade está mais informada – só não experimentou de tudo quem não quis – e deu um salto em frente em termos de abertura e absorção de novidades e mesmo de velhidades continua estagnada no meio cultural, em que não parece ter havido qualquer evolução, quanto mais revolução. Abriu perspectivas extraordinárias e mostrou a impossibilidade de operar mudanças além do limitado quadro político-institucional e económico, ou seja, uma mudança de atitude e de comportamento das pessoas e por tabela das instituições. O que fez foi subverter a ordem económico-financeira ao ponto limítrofe do caos e desmontar nomeadamente o parque da imprensa, que era um dos que mais reflectia a ordem anterior, de país pequeno onde se lê pouco mas enquanto houvesse dinheiro para sustentar os jornais de que os donatários precisavam para apoiar quem os sustentava eles não morriam. Oriundo da gestão da RTP o general Ramalho Eanes é tosco de raciocínio e de linguagem e chama a atenção apenas pela cara de cera, como a de um robô, dura como ela só, sempre amarrada e emoldurada por um par de óculos de boneco de careta e suíças longuíssimas, e que irrita ainda mais porque nunca se lhe vê os dentes e pela pronúncia da Beira Baixa que é afinal o único impacte dos seus discursos sem nenhuma esperança de festa, ao contrário, mais aquela Manuela Eanes tipo boa mãe de família ou professora de liceu, tudo rigor, austeridade. Tudo ao contrário do que se tinha com os grandes ‘capitães de Abril’, Otelo, Vasco Lourenço (até ele) e mesmo Vítor Alves, com ar de ser bom gajo apesar de ‘chico’. Eanes cuspida e escarrada Margareth Thatcher é eleita primeira-ministra britânica. Mal sabemos o que nos espera. |
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