revoluciomnibus.com  James Anhanguera ERa Uma Vez A RevolUÇÃo  ...IV ERa Uma Vez A RevoluÇÃO RevoluÇÃo?!

       - A vitória do PS, tudo bem, já define alguma coisa, mas com maioria relativa não se vai a lugar nenhum. Vai ter de governar com o PC, não há outra. Viva a revolução, viva a baderna!

       - Revolução?!

       Para mim não há ‘processo revolucionário em curso’. Dê no que der, ditadura do proletariado ou democracia de fachada, vai dar no mesmo, pois como já li muito por aí a revolução, a acontecer, não se fará só pela via política.

       - E vai se dar por qual via, tás maluco ou quê?!

       - Tou maluco e quê. A verdadeira luta não é política mas a que visa acabar com a política, lá dizia o velho Norman O. Brown. Só entendo a revolução no sentido da democracia directa, o que segundo historiadores não existia nem mesmo na polis grega, ou então de sublevação ou supressão do Estado, numa revolução permanente com o objectivo de acabar com a política, o que parece um contra-senso, porque como se organizaria a coisa? Numa miríade de comunas com um comité coordenador? Na ditadura do proletariado é claro que não dá para acreditar. É uma outra forma de ditadura do Estado e dos gajos que o representam. Sergei Eisenstein, no calor da revolução e anos mais tarde, em Alexandre Nevski e Ivan o Terrível, mostrou para quem quis ou soube ver que no fundo a Rússia fundou-se e foi sempre gerida sob mão de ferro – e estes últimos sessenta anos seriam afinal uma sequência disso, sob a fachada do colectivismo, da sovietização. A menos que se entenda revolução também no sentido que os fascistas ou os militares no Brasil deram à expressão, da mudança pela mudança não importa com que sinal, revolução de direita, o que de tão risível leva a que os contestatários da ditadura brasileira a chamem de a Redentora. Prefiro então delirar com a ideia neo-grouchomarxista do YIPPIE!, segundo a qual revolução é por natureza o êxtase, a festa, manifestação do grito primal, instintivo, de liberdade, a verdadeira vida, em que o partido só pode ser um party, órgão difusor da bandalheira, como Abbie Hoffman e Jerry Rubin pretenderam fazer do seu Party Internacional da Juventude. Uma balela, mas dadas as alternativas possíveis o melhor mesmo é brincar, porque a questão não é mudar a sociedade mas criar uma paralela.

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