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        Eternit  alvenaria   móveis  da casas bahia  

     sambagode  breganejo  rap funk   & derby azul

                              

    

  que tem por epígrafe

deixa  eles  se  afundarem  na  casas bahia  

que  a  gente  cá  se  ajeita  com  a  bufunfa

             

 

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    Eternit  alvenaria   móveis  das casas bahia  

     sambagode  breganejo  rap funk   & derby azul

    

  o espaço do xumbrega 

    em  revoluciomnibus.com

   

 

o componente brega da cultura popular brasileira até

que tinha muita graça quando ainda se pensava nele como

sinal derradeiro de uma jequice em extinção pela

 perspectiva de elevação dos espíritos e dos humores com

a aquisição pelo Brasil e sua população de um grau mais

"elevado" de percepção sensorial através da melhoria geral

de nível econômico e social.

    Mas tal e qual coisa foi pro brejo onde mora o boi-

pintado quando a breguice se sobrepôs a tudo tornando-se

tão hegemônica e onipresente que desde Quando as

Crianças Saírem de Fériasse Pare de Tomar a Pílula

cansou.

    Xumbrega, como se diz em Recife, virá do nome de um

alemão ou similar chamado Schönberg de muita fama em

outros carnavais na capital de Pernambuco pelas roupas de

cortes e cores excêntricas que portava. Donde a origem do

termo. E da expressão brega.

    Segundo alguns... Ma se non è vero...

    Já segundo outros brega viria de um circo baiano cujo

dono se chamava Nóbrega e cuja tenda exibia o seu nome

bem grande e iluminado até que se fundiram algumas

lâmpidas e dele só se passou a distinguir as sílabas finais.

    O pessoal passou então a identificá-lo pelo apelido, que

virou sinônimo de prostíbulo em baianês.

    Vamo no brega?

    Dos lexicógrafos aprende-se existir o verbo xumbregar

xumbregar. v.t. d. Azoinar, importunar.

e mesmo

xumbregação, que segundo o Dicionário Contrastivo Luso-

Brasileiro de Mauro Villar (Rio de Janeiro, Editora Guanabara,

1989) é

s.f. tab. marmelada ('troca de intimidades amorosas')

 

    

           trecho do capítulo

       a ESTreLa SoBE

        de MÚSICA DO BRASIL DE CABO A RABO

 

 

          O epíteto Época de Ouro irrita os de martelo e bigorna mais sofisticados. Afinal grande parte do repertório e das interpretações era inegavelmente brega. Breguíssima. As vozes com muito vibrato e impostações operísticas, de que Vicente Celestino e seu maior sucesso, O Ébrio, são exemplos emblemáticos. Reis do gogó e do dó de peito, dor de cotovelo ou de corno.

   Muito brega até mesmo numa composição do maestro Pixinguinha com letra de Octávio de Souza, Rosa, e mesmo quando pela voz de um dos primeiros oradores modernos da canção brasileira, Orlando Silva, o Cantor das Multidões.

   E o que dizer do que vem a seguir, na década de 1950.

   Mas fazer o quê? – aquele foi também o período de cristalização de uma fortíssima tendência de mercado na nascente sociedade de massas brasileira, então como agora jeca pra chuchu. Sem dúvida, bastante mais autêntica na sua jequice.

   Época de ouro do nec plus ultra – Carmen elle-même, Mário Reis, Pixinguinha, Orlando Silva, Caymmi, Noel e outros muitos – e do ultra kitsch local.

           Dirá a cantora Elis Regina sobre o período em que, enquanto para os getulistas Carlos Lacerda dá munição ao para os lacerdistas cruento ditador populista para que desça do trono e entre de uma vez por todas na história, Francisco Alves ou Chico Viola já morava no céu dos Reis da Voz e o grande agitador das massas nas tardes de sábado na Rádio Nacional era César de Alencar: A música brasileira que havia antes de 1957 não tinha gabarito sequer para ser tocada em casa de família. Edredom Vermelho, A Luz Difusa do Abajur Lilás são músicas nitidamente de bas-fonds. Minha mãe não me deixaria comprar um disco de Nelson Gonçalves, que era ídolo naquela época. Nessa companhia estavam Adelino Moreira e outras pessoas. À exceção de Agostinho dos Santos a gente não tinha a quem ouvir. Elizeth Cardoso, raramente.

 

...

 

       

        A mais de meio século de distância é interessante ver como em cantoras com esse ou aquele timbre ou impostação, ou graduação etílico-existencial, o repertório de um Adelino Moreira vai além do passável e chega a parecer sublime - como nos casos de Simone em Matriz e Filial e Ângela Ro Ro em Fica Comigo Esta Noite - ao mesmo tempo em que seria impensável qualquer tipo de abordagem por outras – como talvez Nana Caymmi, que muito compreensivelmente o recusa por princípio enquanto se aventura a cantar com o extremo rigor e a (com)postura de sempre outro tipo de samba-canção e até boleros.   

   Breguice é de resto elemento indissociável da maior parte da humanidade atolada na cultura de massas, do dito Primeiro ao c... do Mundo. O termo cafona aportou no Brasil com os oriundos dos portos de Nápoles e Gênova.

   Seja como for, como escreveu Caetano Veloso, Anísio Silva, Adelino Moreira e o que possa haver de mais brega, kitsch ou o que seja nessa como em outras matérias subculturais é indissociável de aspectos caracteriais básicos da sociedade brasileira e das condições de vida do seu povo. Deste ao menos é aliás espelho fiel.

       Que moleza. Boleros e balidos. Havemos de morrer todos como carneiros calados? – perguntou-se Caetano em Alegria, Alegria, seu livro de crônicas organizado por Waly Sailormoon (Salomão), num texto em que associa um certo Roberto Carlos das primeiras fornadas com Anísio Silva. Foi o que o novo baiano quis dizer de forma clara através da Tropicália e de colagens de guitarras elétricas, música antiga e dodecafônica com Teixeirinha. Que o país tropical do futuro era muito verde-claro-amarelo-ovo-rosa-choque-azul-bebê ou outra mistela do gênero. E desafortunadamente, pelo que isso revela de facetas retrógradas ou inércia, talvez o seja hoje muito mais que então. (Eternit, alvenaria, móveis da casas bahia...)

           No final dos anos 1950, como advento da bossa nova em plena era JK – em que até segundo os entendidos o Brasil pareceu ser mesmo o país do futuro -, finalmente Elis passou a ter o que ouvir em casa e o Rio, já se preparando para deixar de ser a capital, parecia ter abraçado tudo o que haveria de melhor na modernidade. Era uma vez uma cidade. Que não seria mais a da dor-de-cotovelo e da histeria na Rádio Nacional, mas mais sofisticada, suave e sutil. Jobiniana.

                      

   

 

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