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       1968

        os 

     muros                

   proclamam

        um velho ideal

         de cidade e   

          cidadania

 

 

 

                 janela com vista para a contracultura e para a cultura contra natura

 

       ciberzine & narrativas de james anhanguera

 

       1968

        os 

     muros                

   proclamam

        um velho ideal

         de cidade e   

           cidadania

 

 

Vejam, meus filhos – existem filmes e mais filmes inteiros sobre isso. No Estados Unidos já havia muita gente a brincar com Super-8. Em qualquer lugar, onde quer que acontecesse alguma coisa, as câmaras de TV estavam lá, em directo. Câmaras fotográficas nem se fala. Quantos slides não foram feitos daquilo tudo?

Vivia-se a era da abundância e do presumido bem-estar geral. Mentira – só de alguns. Do Biafra chegavam todos os dias quase em directo as primeiras imagens de crianças africanas barrigudas de fome e subnutrição. Um bem-estar dos diachos para quem o tinha. Mas mesmo entre estes reinava a insatisfação, quando não mesmo a angústia, porque os problemas estavam muito mal escondidos debaixo do tapete. É o que dizem os livros e sobretudo a montanha de filmes que se fez eufemisticando, metaforizando o espanto pela revelação do novo dia que poderia nascer para todos e a raiva pela surdez da sociedade da opulência para os problemas da grande maioria em meio a uma dodecacofonia e a um cubismo alucinantes. Dodecacocubismofonia - a versão de Jimi Hendrix do hino americano na alvorada de segunda-feira em Woodstock.

Jovens como Hendrix inocularam nos costumes e nas consciências o vírus da esperança numa alternativa e do desespero pela permanência do espírito de usura e consumição que acabou por prevalecer. 

 

 

50 anos de Flower Power

                                             e

         MAIO DE 68

                  em

almanaque das ideias cores e sons da geração que viveu o maior movimento de juventude da história

 

 

   

Mas onde está o mal, Sr. Conselheiro, se fuzilarmos alguns padres, alguns proprietários obesos e alguns marqueses caquéticos! Era uma limpezinha!... E fazia o gesto de afiar a faca.

 

                        Eça de Queirós – O Primo Basílio

 

 

 

 

 

  Libertad! Democracy! Século vinte ao longe!

                     Pum! pum! pum! pum! pum!                                                                       Pum! 

         Álvaro de Campos

 

  O inimigo era, e ainda é, o político, isto é, a pessoa que quer organizar a vida dos outros e pô-los na linha.

                              W. H. Auden

 

 

                                                                      Jimi Hendrix, If 6 Was 9 - recitativo:

Conservadores de colarinho branco relampejam rua abaixo apontando os seus dedos de plástico na minha direcção. Esperam que os da minha laia morram e apodreçam, mas vou fazer a minha bandeira freak ondular bem alto...

 

 

 

Um capítulo do relato transcorre no período de um ano e meio da que à época chegou a ser tida como a última revolução do século XX, a chamada Revolução dos Cravos, em certa medida ainda enquadrável no último vagido da revolução industrial (Eric Hobsbawn sobre Maio de 68), quando Portugal despertou do arcaísmo agrário neofeudal - a Quinta Salazar – para o capitalismo de consumo, na expressão de P.P. Pasolini.

 

...

 

 

Nas brincadeiras de caubóis, de caubóis e índios (Cowboys and Indians), mocinho e bandido, os bons e os maus da fita, era já a expressão disso, da consciência de fronteira e do que estava além dela, quando chego à conclusão de que era melhor ser índio - I decided I’d rather be an indian -, sem ainda ter consciência do drama do extermínio dos índios brasileiros e norte-americanos a que de certo modo os Blood, Sweat & Tears pretenderam aludir na canção - e nem se sonhava ainda com Bury My Heart at Wounded Knee.

Ao ver todas as noites cenas de Paris, dia e noite, boulevards cheios de detritos, paralepípedos soltos, carros incendiados, pedras e bombas de gás lacrimogéneo e os tanques soviéticos a pavonear-se prepotentes pelas ruas de Praga, olho para os jovens arruaceiros como para os índios ou o meu clube de futebol, focando lentes simpáticas a eles e raivosas aos polícias e blindados.

Foi também profundo o gozo ao ouvir pela primeira vez os espasmos orgásmicos de Crosstown Traffic e All Along The Watchtower, de Jimi Hendrix, e a sublime versão de Joe Cocker de With a Little Help From My Friends, como fundo me marcaram a cadência e os improvisos geniais da selecção brasileira de futebol de 1970. Ou o frémito sentido ao lado de Jimi e Solemar - que já seguíamos a coisa à espera da próxima – ao ver dois atletas negros norte-americanos galardoados com medalha nos Jogos Olímpicos do México em 68 erguerem bem alto os punhos fechados das mãos enluvadas de preto em inacreditáveis gestos de orgulho e coragem. Era do contra, mesmo sem saber muito bem o que isso era.

 

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      - A ida dos Lennon para Nova York é o sinal mais claro de que, depois das jornadas do Congresso sobre Dialéctica da Libertação na Roundhouse, com debates e happenings sobre toda a sorte de matérias alternativas que chegaram a fazer parte do currículo das universidades sublevadas, do tipo como lembra aqui o Richard Neville..., olha só esta, Das Bandas Desenhadas à Dança de Shiva: Amnésia Espiritual e Filosofia da Auto-Alienação... que loucura... em que os Pink Floyd deram show de som e luzes, transplantando para a Inglaterra as inovações cénicas dos grupos da Costa Oeste, em San Francisco, e com o fim do british boom nos EUA, em 67, o centro dos acontecimentos – embora o pólo de maior agitação política tenha sempre estado lá – deslocou-se para Oeste, onde no entanto a dramática evolução das coisas, em que cada vez mais se vê que os EUA não conseguem sair do atoleiro do Vietname, parece ter tornado inútil maiores mobilizações contra a guerra, no fundo, como diz aqui o Neville, o leitmotiv do Movimento ou objecto em que se condensou um ódio sem forma definida ao Sistema.

   

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           Acontecimentos imprevistos, inéditos, cada golpe é um golpe, e normalmente os putschen militares acontecem para impor, não derrubar ditaduras. Gestos inéditos desde a mãe de todas as revoluções, 1789, 1830, 1848, o daguerreótipo, o cinema, o automóvel, a rádio, a TV, a Bomba H, o Sputnik, a máquina de escrever Underwood, a máquina de barbear eléctrica, a guitarra eléctrica, os sit-in contra o Establishment e a guerra do Vietname, 1968. Gestos inéditos. Que se comete ou se vê em primeira mão absoluta. As calças e camisas justas ao corpo, floridas. Gravatas-babetes de nós enormes, floridas ou com padrões psicadélicos multicoloridos. Calças de boca-de-sino, a retomar uma tradição de marinheiros e fadistas. Os três acordes básicos dos blues amplificados e sustentados por baixo e bateria. O pedal wah-wah. Os sons de Hendrix. Sons de comoção, em que todo o corpo é tomado de um frémito como de um choque de prazer, um orgasmo bem conseguido ou dar a primeira passa num joint de haxixe fresco ou sentir o ácido a subir devagarinho e apossar-se do cérebro, todo ele, cosmos interno, conhecido ou indesvendável. Só desvelado talvez através de uma meditação de ioga. Pássaros de Fogo, Sagrações da Primavera, gimnopedias astrais.

   

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     - Um sonho. Lá dizia o pacifista Lanza Del Vasto logo após o 68, que se arribou a um ponto de tal modo decepcionante que alguns chegam a desejar a revolução, a desordem perpétua, em que ao menos se viveria a salvo de uma ordem cinzenta, monótona. Ideias estapafúrdias, talvez, de que em Portugal não houve e não há a mínima ressonância, a não ser de um certo modo antigo nas pichações anarcas, também porque se calhar a esta altura já não fazem nenhum sentido, além do plano literário. Fazer primeiro a revolução do indivíduo e da cultura para dinamitar a estrutura política, a ver se poderíamos de algum modo escapar da democracia de fachada, da mera descentralização político-económica, e como aceitar democracia sem uma participação directa de todos nas decisões, sem ficar à mercê de poderosos lobbies de manipulação da opinião pública mais as suas maiorias silenciosas? A nossa geração perdeu o comboio do tempo do bota-abaixo e parece não haver como retomar qualquer coisa do género, tipo fazer de uma manife um verdadeiro espectáculo de cor e alegria, brincar como Ginsberg de tentar fazer o Pentágono levitar. Ou como dizia outro que tal, Ron Laing, no belo A Política da Experiência e a Ave do Paraíso: se somos incapazes de saber o que se passa fora do campo da nossa experiência, como posso embarcar em políticas voluntariosas para mudar um mundo que não sei como é? Que revolução é esta que não muda nada, em termos de mentalidade e de relacionamento das pessoas, baseando-se na mesma atitude hipócrita de manutenção de valores caducos, que ninguém está interessado em rediscutir? O princípio básico enunciado por tudo quanto é força política por aqui, com a excepção da direita e de grupelhos de extrema-esquerda, é o da consolidação da democracia e da justiça social, mas há muito mais a fazer também, embora se diga não ser prioridade, muito pelo contrário, porque o uso diluviano de drogas, por exemplo, combate-se com métodos pidescos e acabou-se. A Gloriosa degenera até acabar em Napoleão, na política como na cátedra, em relação à qual também nem se cogita uma remodelação, em termos de estrutura da Academia e de currículos. Os estudantes expulsaram os bufos e os bufões, que serão provavelmente substituídos por bufos & bufões de outras causas, mas sempre bufos & bufões e possivelmente mais burros. Ninguém põe em causa o ensino das sebentas sebentosas de caretice, estreitristeza de visão. Direito da Família?! Oitenta páginas para empinar e acabou-se. Quem vai pôr em causa o Direito de Família e o Código Penal?

 

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 França longe de Maio de 68 

 

Em Paris ou Marselha, Agosto de 1976, é quase impossível olhar para qualquer lado sem se ver uma carrinha Citroën da polícia com meia dúzia de flics, sirene e pisca-pisca de alarme abertos e movimentando-se a alta velocidade. Às sete horas da manhã nas imediações da Opera, às seis da tarde na zona do Pigalle, madrugada alta na rua mais noctívaga da capital, Mouffetard, ou na do trottoir da antiga Marcília romana, Rue de Rôme e adjacências, o tradicional realejo em três por quatro dá lugar ao ni-no-ni, ni-no-ni, ni-no-ni-no desritmado e lá vão eles recolher indivíduos ou grupos capturados em rusgas realizadas por polícias à paisana que se deslocam em carros de passeio, provocando a mesma reacção em quem passa: um olhar automático e inexpressivo.

     ‘Sabemos que a opinião pública tem um humor tão repressivo quanto o dos ministros de Estado’, comenta Le Quotidien de Paris num destes dias do Verão mais quente desde os tempos de Maupassant. Em França, que apesar da subida imparável do deutschemark ainda é capital da velha e cansada Europa do Mercado Comum e do cimento armado, é muito natural que o intermitente apito agudo das sirenes seja apenas um ruído constante e mais ou menos distante na banda sonora da massa humana que melhor reflecte no seu sistema de vida e comportamento em sociedade a paranóia dos sistemas de ‘segurança’ e ‘estabilidade’ social. Uma paranóia que passa pelo mais abjecto segregacionismo racial e económico e se reflecte nas paredes e muros das cidades que ainda há oito anos mostravam pichações do tipo sejamos realistas, exijamos o impossível e hoje exibem a consciência do medo e da morte: turco assassino; proibido a cães, negros e palestinianos; Israel; a Europa Vencerá, etc.

     Como nos policiais de Hollywood em Saint-Dennis um polícia grita ‘renda-se ou atiro’ e atira a matar um jovem de 17 anos que fugia com três camaradas, em cena que se repete diariamente perante as câmaras insensíveis da opinião pública que de nada se compadece para não abrir mão do maço de Gitanes, do copo de Ricard e do comando à distância do receptor dos quatro canais da TV oficial.

     Um português de 21 anos acusado de um assalto importante levou choques eléctricos nos testículos durante o interrogatório, segundo denúncia do Rouge, jornal da trotskista Liga Comunista Revolucionária.

     Uma onda de assaltos e ‘vandalismo’ nas estações de metro alarma a população e é montada uma enorme rede de caça a marginais dirigida sobretudo contra negros e árabes. Uma bomba explode pouco depois de uma visita do ministro do Interior, Michel Poniatowski, a uma estação para comprovar as condições de segurança nos túneis, onde no meio da confusão agentes da polícia e da brigada de segurança da RATP acabam por protagonizar cenas de tiroteio em que se matam uns aos outros.

     É deste centro de controle e auto-controle (paranóia) policial que provém a orientação política que se esboça em Portugal, e que no plano policial traduz-se em campanhas que, para usar uma expressão estafada, só servem para despertar o polícia que há em nós. A droga tem sido pretexto para uma enorme campanha de denúncias só equiparável à caça aos pides do pós-25.

     A dita ‘esquerda revolucionária’ europeia discute a questão, lançada pelo grupo político italiano Lotta Continua. A 18 de Junho os jornais ‘de esquerda’ Liberation e Rouge publicaram o Appel du 18 Juin (joint, a pronúncia é a mesma), em referência ao famoso discurso de De Gaulle conclamando à união dos franceses contra o nazismo, e em que os abaixo-assinados declaram ter ‘fumado’ uma ou mais vezes e pretender ‘fumar’ de novo. Um dos signatários, o anti-psiquiatra David Cooper, que em Grammar of Living publica extenso manual sobre o uso de certas drogas para libertar a consciência, escreveu no Libé um manifesto intitulado Ne fummons pas de cannabis baseado no argumento de que o seu uso desmobiliza o indivíduo para um trabalho de intervenção política e pode ser um entrave no relacionamento com organizações que ‘poderão ajudar-nos a atingir o comunismo total’...

     Os editores da secção de cultura e espectáculos do jornal Página 1 (Grupos de Dinamização da União Popular) publicaram sem conhecimento do resto da redacção o manifesto do 18 seguido de uma nota em que denunciam o alheamento por parte da ‘esquerda’ portuguesa dos problemas inerentes à questão num país onde, segundo absurdas estatísticas oficiais, 100 mil ‘fumadores’ consumiriam 300 quilos de erva por semana.

     O recuo da ‘esquerda’ em relação a uma questão sobre a qual desde 68 havia um consenso ao contrário é um sintoma de fracasso e uma revisão de estratégia em relação a uma massa trabalhadora que não desliga das estruturas ‘oposicionistas’ tradicionais do tipo PS e PC, prestes a tomar o poder em França para fazer o mesmo que a direita, como acaba de dar conta François Mitterrand ao afirmar que uma vez lá chegados os aliados do Programa Comum irão adoptar uma política de ‘gestão do capital’.

     A proibição pelas autarquias de vários festivais de rock de norte a sul e leste a oeste do Hexágono foi apoiada por representantes de organizações ‘esquerdistas’, para quem eles não passavam de brinquedos de nanas a alimentar o circo vicioso de exploração comercial da música. Que não se faça nada à margem do showbizz é tão deplorável como impedir os jovens de desfrutar do pouco de liberdade e prazer consentidos pelo sistema, insurgiu-se um filisteu, para quem chato mesmo é que malta ainda jovem finja esquecer-se de que este é ‘um país onde as paredes já cantaram é proibido proibir.’

 

   ...

   

 

Continuamos nos anos 90 depois de Ford reféns da cultura contra natura e, claro, contra a própria natureza humana - o antigo pensamento de direita reforçado por muitos dos antigos partidários do socialismo real na defesa das instituições que, apesar de cada vez mais desacreditadas, parecem ter saído ainda mais fortalecidas das refregas dos anos 60. O ensino por exemplo, bem ao contrário das reivindicações do Maio de 1968, é cada vez mais um mero ramo de negócios da iniciativa privada, situando-se a uma ainda maior distância do ideal de Huxley de instrumento de elevação humana e não apenas de aprendizado de técnicas de sobrevivência na selva tecnológico-mercantilista. Por outro lado a guerra às drogas de múltiplas faces movida a partir de Washington fez do fenómeno de explosão do seu consumo, com o consequente aumento do tráfico, uma dos terrores do mundo moderno. O proibicionismo enriquece os traficantes e por tabela muitos representantes da lei e da ordem e do sistema financeiro que embranquece o seu dinheiro e o da corrupção.

 

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